Lembrando do Natal
Para o Natal
Eu era uma criança normal:eu gostava de brincar com outras crianças, gostava de bolinhos salgados, esperava o natal, só para ganhar presentes. Antes tinha a ceia, arroz temperado, galinha, uma salada de verduras, o peru nunca foi para nossa mesa.
Meu pai com sua voz empostada, contava histórias para fazer dormir. Na noite de Natal, ao deitar o sol, meu pai contava várias histórias, nada do sono nos vencer, minha mãe vinha de mansinho: "Vamos crianças durmam, o Papai Noel vai deixar embaixo de suas redes, presentes". A infância é um pedaço adormecido, o resto foi modificado com a industria.
Lembro-me que era muito curiosa, queria saber quem era e abraçar o Papai Noel.
E, minha mãe falava baixinho, vão dormir, criança dorme cedo, o bom velhinho vai fazer uma boa surpresa.
Eu não aceitava, desconfiava, ficava de olhos abertos, recomenda para minha irmã Hermengarda ficar acordada, caso eu dormisse para finalmente conhecer e, receber o nosso presente do velhinho que amava crianças.
Meu pai esperava que o sono nos vencesse, colocava os humildes presentes, geralmente bonecas, cada boneca tinha seu brilho.
A realidade só foi descortinada ao ficar uma mocinha, minha mãe revelou em poucas palavras que o Papa Noel, era, sempre foi o nosso pai Francisco das Chagas.
Hoje, esta magia foi apagada com a industria, como sempre lucrando, colocando nas lojas, homens de cabelos, barbas brancas, vestidos de vermelho, como a CocoCola gosta para venderem, ficarem com uma boa fatia do dinheiro de fárias, décimo. O natal é uma festa que vem perdendo o significado. Ruas, árvores enfeitadas de luzes, a conta vai sair do bolso de todos.
Varenka de Fátima Araújo