Minha vida, meu sonho.

Como desejei este momento, esta noite e sua presença. Desejei você e desejei morrer quando descobri que a amava. Desejei fugir quando seu sorriso me encontrou vagando sem rumo e sem direção. Desejei viver quando seu olhar sucumbiu de meu olhar os meus segredos adormecidos. Desejei que um desejo antigo fosse desejado por mais uma vez, e desejei que o tempo parasse, no instante que seus lábios tocaram os meus. Desejei respostas, mas preferi adormecer em seus braços, e sobre a sublime voz que vertia de sua alma, desejei lançar no mar do esquecimento as lembranças corrompidas pela sua ausência.

Procurei por este desejo em várias vidas, estradas sombrias e por horizontes desconhecidos de minha realidade. Procurei desejar outros sonhos, e apenas sonhei. Procurei em imagens antigas a sua imagem, a sua existência e o desejo de continuar procurando o que um dia esteve em meus sonhos. Procurei em montanhas e vales. Apenas desejos frustrados encontrei, amores desfigurados e sem o brilho do desejo que trazia a sua presença. Procurava o improvável para muitos sonhadores, mas provado e aprovado em meu coração.

Cansei de me cansar, e cansei de imagens distantes da sua presença. Sobrevivi ao cansaço que jazia em meu interior, e subi aos cumes, a procura de seus adornos e contornos. Jurei subir o mais alto possível, voar entre as estrelas e gritar seu nome, jurei não me cansar e jurei não jurar. Mas como não jurar diante do improvável e não acreditar que jurei te encontrar por mais que o cansaço afligisse meu existir.

O tempo passou e com ele a esperança de te encontrar, as lágrimas, porém, foram enterradas e não brotaram nas terras de minha inocência. Esqueci o tempo e apenas caminhei, sem as respostas e sem você. Sem tempo e sem forças, apenas continuei a caminhar e comigo lembranças de alguém que habitava apenas em meus álbuns de recordações. Simplesmente lutei e esqueci de mim, mas nunca apaguei a sua existência.

Sei que em algum lugar em mim, no tempo ou no mais distante universo, sua presença é real e existencial. Por isso a cada por de sol, levanto o meu corpo batido e ainda corro ao encontro das veredas que partem com as flores no outono. E que me fazem acreditar que uma nova primavera nascera e com ela a certeza do seu amor. Amor que conheço em minhas manhãs, todas as vezes que descubro que não estou morto, apenas adormecido pelo seu olhar. Olhar que me faz reconhecer a magia do seu amor todas as vezes que a vida se apresenta em mim com a alegria da sua eterna presença.

Cristiano Stankus
Enviado por Cristiano Stankus em 15/11/2016
Reeditado em 18/11/2016
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