O Poder da Descrição

Imaginemos nós se todas as sensações humanas e toda a beleza da natureza fossem absolutamente denotativas? Como o mundo seria se não houvesse o grande valor embutido nos adjetivos, nas metáforas, em todas as figuras de linguagem e todos os gêneros literários? A mais perfeita graça que a vida nos deu... O poder de conotar, de caracterizar com palavras que nos imortalizam coisas e pessoas. O grande valor da existência humana! O único poder que nos proporciona elevar os sentidos de forma totalmente independente, afinal, só precisa do seu interior, da sua alma. Veja o mais simples: como amarga seria a vida se não pudéssemos imaginar desenhos nas nuvens ou simplesmente enxergar algodões (doces) em seus lugares? Agonia. Alma do latim: anima. Quando se diz “animado” o neologismo desta forma seria “almado”. Sem tais valores, significaria a não existência da alma. Como se a poesia não pudesse sutilmente ser expressa. Se o sentido “literal” tivesse que ser aplicado em tudo, quão crítico seriam as emoções? Morreríamos sem sentimentos, enterrados na própria razão. Senhores mortais, cuidemos carinhosamente de nossas palavras e valorizemos cada signo, letras e frases formadas. Elas fazem parte da nossa vida, da nossa comunicação e principalmente do maior dom de expressão: o poder da descrição.

Ubirani
Enviado por Ubirani em 14/11/2016
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