A arte de um encontro
Podemos entender como arte: a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas; mas em forma coloquial de nos expressarmos, arte é entendida como uma travessura, uma traquinagem.
Disse um poeta que:-“Vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida” .
Para mim encontro e desencontro estão diretamente ligados ao ônibus urbano, o ônibus circular, ficando assim entendido:
-desencontro é quando precisamos pegar um coletivo, ele sempre estará, pelo menos, a 40 minutos de nós;
-encontro é quando não precisamos dele, e ele aparece de forma surpreendente, como se tivesse “nascido” ali.
Sou um frequentador contumaz das paradas de ônibus, não por ser isso um fetiche meu, nem técnica para abordar menininhas, que também esperam por ele, mas por culpa exclusiva dos veículos em pauta. Todas as linhas passam por mim, exceto aquela, pela qual eu espero, já pensei até em ser uma questão pessoal...absurdo, descartei a ideia.
Eis chegada a visão do poeta-encontro, todas as vezes em que não estou esperando...eles passam por mim, e os motoristas até me cumprimentam ,,,,seria com escárnio?.
Abro o portão eletrônico da minha casa, e, obrigatoriamente, tenho que esperar, para que o ônibus, que tem sua parada bem defronte meu endereço, passe, e permita que eu abandone minha garagem.
Incrível como eles sempre estão na preferencial, quando, de forma imprudente, atravessamos aquela via, e lá vem, cheio de razão, aquele veículo grande sobre nós. Somos, não tão inocentemente, abalroados, ainda que nosso espírito esteja recheado de boas intenções.
Embora dois carros tenham chegado, ao mesmo tempo, a um ponto em comum, aquele não foi um encontro, eu juro que não queria pegar um ônibus, não queria ir a lugar algum com ele, aquilo, definitivamente, foi um desencontro.