Eis que se finda “o tempo”
Breve tempo
Mesmo que rápidas alegrias
Neste breve tempo começo a despedir-me
Difícil estender a mão aos amigos. Aos amigos um olhar mais que verdadeiro
Breve tempo!
Me disperso, mas antes quero estender à mão aos inimigos
Em breve tempo quero apertar-lhe à mão.
Finda o tempo em “breves” tempos. Imagem, voz, movimentos, olhares de preocupação
Em tempos confusos ficamos atordoados e perder-se possibilidades
Quais as possibilidades?
Eis que se finda “o breve” de um longo tempo. De tanta coisa que sinto falta
Falta das coisas que não vivi. Tempo que nos pesa
O fardo dobra o joelho até dos mais fortes
Tempo. Breve. Angustia
Das palavras de que não pronunciei
Desde nó que embola a voz
Palavras. Quantas palavras?
Tantas! Por vezes desnecessária, daquelas que não fazem falta
Palavras desnecessárias, daquelas sempre lembradas.
Neste breve tempo tanta não foi dita. Do breve tempo quera ter escutado mais.
Não foi possível.
Teria sido a pressa? Fugi muitas vezes. Outras – tomado pela vaidade deixei passar.
Eis que neste “breve” há um descompasso. Quero acertar, mas termino errando.
Algumas vezes quero errar e termino errando. Outras tantas vezes, que se passe o mais rápido.
Sei lá! Se em mil horas não consegui, que seja mesmo em uma fração de segundos …
Quanto tempo dura o olhar? Quanto tempo para entrar nas percepções da alma de uma pessoa
Numa fração de segundos dá pra se imaginar o mundo, enfim, que no breve tempo que não se importe
Neste breve tempo que fique apenas lembranças, dos bons sentimentos, do qual o tempo é incapaz de superá-lo, por ser eterno, etéreo.