A u t o c e n s u r a

Concordo que quem escreve precisa não cair na tentação do radicalismo e do exagero. Mas, por outro lado, acho um absurdo escrever pisando em ovos, evitando certos assuntos, escondendo o que pensa e escrevendo para agradar uma eventual maioria, seguindo uma tendência ou moda, aderindo ao comportamento manada do momento, essa babaquice fútil, frágil e falso. Em outras palavras: quem escreve não pode fazê-lo praticando autocrnsura, sendo patrulheiro ideológico do próprio texto.

Há um verso de Vandré, em Disparada, que traduz o que estou tentando dizer: "Se você não concordar/ Não posso me desculpar/ Não canto para enganar/ Vou pegar minha viola/ Vou deixar você de lado/ Vou cantar noutro lugar". Tudo bem admito que não sou autoridade no assunto escrita, mas tenho minha opinião: deve-se escrever sem ligar para o que os outros vão pensar. O compromisso de quem escreve é com a sua consciência. E priu.

Não esqueço do verso de Zé Kéti: podem me prender/ podem me bater/ Mas eu não mudo de opinião. Inté,