PROVA DOS NOVE...
“Todas as flores do futuro estão contidas nas sementes de hoje.”
Provérbio Chinês – Recolhido de Geraldo Sant Anna
E se lembra de palavras ditas, de atos não mais repetidos, que escancaram na nossa face um sorriso e o corpo faz agitar com as pantomimas de outrora...
Mas, tem dias que a gente acorda sem querer acordar...
Tem dias em que a gente acorda com um gosto de passado na boca, envolto naquilo que já nem é mais...
E o presente é uma infeliz plataforma, de onde olhamos o futuro com reservas, e o passado com saudades, como se o antes tivesse sido melhor do que o agora...
Eu, daqui de cima de minhas letras, que alguns sentem sonhadoras, sem substância, por não se aprofundarem nas questões que tratam, vou questionando aos meus botões, e eles a mim mesmo, de como as coisas andam ou desandam...
Vou fazendo as minhas contas, dos ganhos e das perdas, olhando para um lado, com os outros lados me olhando, sabedor de que tudo não passa de pontos de vista, e que assim tudo é relativo...
Se estas contas que ando matutando, derem algum resultado, para o bem ou o mal, terei chegado a um consenso?
E generalizando, se todos se dessem a este trabalho, contabilizar a própria vida, a que resultado chegaríam?
Mas, estamos sempre esperando de outros a palavra final!
Será o outro que deflagrará a terceira guerra mundial!
Será outro que trará o apocalipse!
Serão sempre os outros que definirão as nossas vidas?...
Mas sempre esquecemos que a nossa vida é um filete de água que tem o próprio curso, curso que se entrelaça a outros, acabando no final por criar um grande rio, e o grande mar...
Rio este que pode muito bem ser chamado de sociedade!
Mar, que pode muito bem ser chamado de civilização!
É na solidão de ser a si mesmo que vamos gastando a vida quase despreocupadamente... É na conjunção com outros que podemos matar a vida desesperadamente... Mas, estes processos se dão com a participação conjunta de muitos... - Participação ativa, participação passiva...
Assim, tenho acordado pensativo: A quantas anda esta vida?
Se olhar para parte da política, se olhar para parte da sociedade, o meu passado foi um parque de diversão, do qual sinto saudades! E este presente é um trampolim que pode a um descuido levar-me para o desvario, e noutro ao pesadelo...
Fico então com meus botões e minhas contas...
Será que eu me engano, ao pensar que enquanto não tocarmos o âmago das pessoas, não teremos chegado a lugar algum?
Será que eu me engano, que enquanto não olharmos olhos nos olhos uns dos outros, estaremos nos entregando, como cheques em branco nas mãos de agiotas?
Será que estou louco ou surtando, ao pensar que se não tocarmos as almas das pessoas, não tocaremos os seus corações, e se não nos deixarmos tocar, todos estaremos perdendo... Todos estarão perdidos?
Mas gritam os meus botões: Não é as pessoas que criaram tudo isso? Não é as pessoas que poderão mudar tudo isso?
Do jeito que vai, temos que olhar muito bem para nós mesmos e para os outros...
- Só no frigir dos ovos é que descobriremos se não somos os canalhas, ou se os canalhas são os outros...
Mas haja coragem para tal atitude!
É bem como fazer a tal da prova dos nove de nossas contas...
Mas quem tem coragem para fazê-la?
Mas a vida não é só um rio, ou só um mar!
Não é lógica, nem matemática!
A vida é corpo e é também alma...
E não passe de uma representação de nossa vontade! – Mas, vontade de quê?
- Salvo em meu quarto, posso ir para o passado com minhas lembranças, posso adentrar no futuro com minhas esperanças, pois fora dele, existem tantas vontades, tantos quereres... E só tem prevalecido as dos mais fortes, não as dos melhores!
Mas sempre chegará a hora de por a cara a tapa, e ir lá para fora...
-Mas, até quando deixaremos que outros roubem as nossas casas e desonrem as nossas mulheres?
Até quando nos contentaremos com as migalhas das mesas do poder?
Quando por fim desejaremos ativamente, viver a vida e não apenas sobreviver?
Edvaldo Rosa
“Todas as flores do futuro estão contidas nas sementes de hoje.”
Provérbio Chinês – Recolhido de Geraldo Sant Anna
E se lembra de palavras ditas, de atos não mais repetidos, que escancaram na nossa face um sorriso e o corpo faz agitar com as pantomimas de outrora...
Mas, tem dias que a gente acorda sem querer acordar...
Tem dias em que a gente acorda com um gosto de passado na boca, envolto naquilo que já nem é mais...
E o presente é uma infeliz plataforma, de onde olhamos o futuro com reservas, e o passado com saudades, como se o antes tivesse sido melhor do que o agora...
Eu, daqui de cima de minhas letras, que alguns sentem sonhadoras, sem substância, por não se aprofundarem nas questões que tratam, vou questionando aos meus botões, e eles a mim mesmo, de como as coisas andam ou desandam...
Vou fazendo as minhas contas, dos ganhos e das perdas, olhando para um lado, com os outros lados me olhando, sabedor de que tudo não passa de pontos de vista, e que assim tudo é relativo...
Se estas contas que ando matutando, derem algum resultado, para o bem ou o mal, terei chegado a um consenso?
E generalizando, se todos se dessem a este trabalho, contabilizar a própria vida, a que resultado chegaríam?
Mas, estamos sempre esperando de outros a palavra final!
Será o outro que deflagrará a terceira guerra mundial!
Será outro que trará o apocalipse!
Serão sempre os outros que definirão as nossas vidas?...
Mas sempre esquecemos que a nossa vida é um filete de água que tem o próprio curso, curso que se entrelaça a outros, acabando no final por criar um grande rio, e o grande mar...
Rio este que pode muito bem ser chamado de sociedade!
Mar, que pode muito bem ser chamado de civilização!
É na solidão de ser a si mesmo que vamos gastando a vida quase despreocupadamente... É na conjunção com outros que podemos matar a vida desesperadamente... Mas, estes processos se dão com a participação conjunta de muitos... - Participação ativa, participação passiva...
Assim, tenho acordado pensativo: A quantas anda esta vida?
Se olhar para parte da política, se olhar para parte da sociedade, o meu passado foi um parque de diversão, do qual sinto saudades! E este presente é um trampolim que pode a um descuido levar-me para o desvario, e noutro ao pesadelo...
Fico então com meus botões e minhas contas...
Será que eu me engano, ao pensar que enquanto não tocarmos o âmago das pessoas, não teremos chegado a lugar algum?
Será que eu me engano, que enquanto não olharmos olhos nos olhos uns dos outros, estaremos nos entregando, como cheques em branco nas mãos de agiotas?
Será que estou louco ou surtando, ao pensar que se não tocarmos as almas das pessoas, não tocaremos os seus corações, e se não nos deixarmos tocar, todos estaremos perdendo... Todos estarão perdidos?
Mas gritam os meus botões: Não é as pessoas que criaram tudo isso? Não é as pessoas que poderão mudar tudo isso?
Do jeito que vai, temos que olhar muito bem para nós mesmos e para os outros...
- Só no frigir dos ovos é que descobriremos se não somos os canalhas, ou se os canalhas são os outros...
Mas haja coragem para tal atitude!
É bem como fazer a tal da prova dos nove de nossas contas...
Mas quem tem coragem para fazê-la?
Mas a vida não é só um rio, ou só um mar!
Não é lógica, nem matemática!
A vida é corpo e é também alma...
E não passe de uma representação de nossa vontade! – Mas, vontade de quê?
- Salvo em meu quarto, posso ir para o passado com minhas lembranças, posso adentrar no futuro com minhas esperanças, pois fora dele, existem tantas vontades, tantos quereres... E só tem prevalecido as dos mais fortes, não as dos melhores!
Mas sempre chegará a hora de por a cara a tapa, e ir lá para fora...
-Mas, até quando deixaremos que outros roubem as nossas casas e desonrem as nossas mulheres?
Até quando nos contentaremos com as migalhas das mesas do poder?
Quando por fim desejaremos ativamente, viver a vida e não apenas sobreviver?
Edvaldo Rosa