Mensagens que edificam - 259

Quando o pensador para pra pensar e o escritor para pra escrever, é como se todas as energias convergissem num único lugar, o altar de uma ideologia. Para os evolucionistas estou em constante mutação, ainda que esta não seja perceptível nem mesmo em várias gerações, mas estou porque a engrenagem também não para. Para os criacionistas estou expressando aquilo que eu sou, na minha singularidade ou na minha similaridade com a minha espécie, mas o que há de mais ou de menos especial nisso? Evoluindo, mudando, trasformando, exteriorando, o importante é saber que não estou no casulo. Minha sede por saber, conhecer, inteirar, descobrir, desvendar, clarear, faz que eu seja essa peça integrante e ativa neste complexo sistema chamado universo. Mesmo que para uns os limites deste universo sejam logo ali, isso só mostra o pequeno horizonte que se apresenta diante dos olhos de quem sofre de uma presbiopia de perspectivas tacanhas e atrofiadas pela incapacidade ou pelo grau de opacidade ideológica instalado no cenário definitivo do ser. Sem uma exatidão nas conclusivas que demarcam minhas tendências interpretativas, eu também não me sinto refém de nenhuma ignorância. O facto de não ter uma irrefutável explicação para os meus pensamentos, me dou ao direito de pelo menos raciocinar, e com isso descubro que não viver na inércia ou sob as rédeas do conformismo já é de grande lucro. A grandeza e o valor de uma tese não estão na sua possibilidade de ser um compêndio de compreensões mal explicadas, ou disfarçadas de uma pseudo genialidade, mas na insistência de não admitir uma existência improdutiva. Minha parcela de contribuição para a humanidade pode não estar em seguir o fluxo sem nenhuma contrariedade, mas questionar, rebater e promover uma discussão que na pior das hipóteses, tire as pessoas do sofrido controle das massas, e permita que o considerado mais vil dos espécimes humanos seja capaz de revolucionar ou causar uma saudável anarquia onde há muito o silêncio imposto pela burguesia é a causa desta asquerosa letargia. Nossas mais potentes armas são nossas ideias e nossa independência de pensar, concatenar e, mesmo que sem a absoluta razão, concluir. Isto é evoluir. Diga não ao cabresto do sistema!

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 08/11/2016
Reeditado em 08/11/2016
Código do texto: T5816613
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