NOSTALGIA - EC
Há uns dois anos não passava por ali, estacionou o seu veículo e analisava o imóvel antigo que ainda mantinha a cor branca e janelas beges, o quintal ostentava a velha mangueira conhecida, mas a terra outrora bem cuidada fora recoberta pelo cimento improdutivo.
Nenhuma criança correndo, nem pessoas proseando no portão, o beiral da varanda fora substituído e portão apresentava solda recente. Mudanças simples mas que comprovavam que a realidade mudara bruscamente.
Seu olhar se fixou nas janelas cerradas, suas lembranças reconstituíram a antiga disposição dos móveis, e automaticamente a presença marcante das pessoas que ali habitavam há duas décadas. A ausência de certa pessoa lhe apertou o coração. Ali viveu e ali mesmo partiu. Hoje tudo era passado, o amor, a intensidade daquele lar só existia agora em sua memória, em sua história de vida.
Antes que iniciasse uma longa filosofia sobre a efemeridade dos relacionamentos e das pessoas, o celular tocou. O nome que o visor indicava, o trouxe ao presente, chamado por uma pessoa de igual importância, uma história nova, que precisava ser vivida. Ligou o carro e partiu.
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Este texto faz parte do Exercício Criativo - As Janelas do Passado
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