O cavalo ao seu dono
Há dezenas de anos, cavalo roubado dava muito o que falar; ferrado ou não ferrado, descobria-se logo seu paradeiro. O bicho que desaparecesse se sabia nas outras cidades por perto. De repente, achava-se por onde andavam o ladrão e o animal. Furtado ou roubado, pouco importavam as diferenças legais entre furtar ou roubar. A sabedoria popular reduziu tudo ao roubo: Furtar é um ato de violência. Quem, às caladas da noite, furta cavalo, levando-o pra longe do seu pasto, escondendo-o, mesmo sem agredir o silêncio da madrugada, sem incomodar o vaqueiro, está roubando.
Dizia-se que nome comprido era indício de "ladrão de cavalo"; descoberto, ele era obrigado a devolver o animal ao dono, sem faltar um só fio de cabelo, da crina ao rabo. Ainda, a ser preso e punido por ter mexido no alheio, mesmo depois de entregar o cavalo ao verdadeiro dono. A quem furta ou rouba o erário público não acontece o mesmo. Acha o corrupto que é incomparável ao "ladrão de galinha", bode ou cavalo. De terno e gravata, faz às escondidas porque sabe que está errando; nada deixa escrito; carrega cédulas em saco de papel de embrulho, desde que ninguém perceba o que o pacote contém; escondendo o dinheiro com esmero, mais do que o ladrão, o bicho roubado; leva para fora do país ou aplica através de falsos donos ou em campanhas políticas; justifica sua riqueza com exagerado cinismo.
E depois de descoberto, pelas denúncias e rastros deixados nos computadores, inventa-se uma história de "legalizar" o ilícito, "repatriando-se" fortunas escondidas nos bancos suíços, do além mar. Ora, repatria-se exilado, constrangido a deixar a pátria. Em corrução não há pátria, tampouco sentimento patriótico em quem surrupiou milhões e milhões do povo, escapando dos impostos. Não se legaliza o fora da Lei. Devolvam-se os recursos surripiados; como o ladrão de cavalo, ao seu dono: À Petrobrás o que é da Petrobrás!
Há dezenas de anos, cavalo roubado dava muito o que falar; ferrado ou não ferrado, descobria-se logo seu paradeiro. O bicho que desaparecesse se sabia nas outras cidades por perto. De repente, achava-se por onde andavam o ladrão e o animal. Furtado ou roubado, pouco importavam as diferenças legais entre furtar ou roubar. A sabedoria popular reduziu tudo ao roubo: Furtar é um ato de violência. Quem, às caladas da noite, furta cavalo, levando-o pra longe do seu pasto, escondendo-o, mesmo sem agredir o silêncio da madrugada, sem incomodar o vaqueiro, está roubando.
Dizia-se que nome comprido era indício de "ladrão de cavalo"; descoberto, ele era obrigado a devolver o animal ao dono, sem faltar um só fio de cabelo, da crina ao rabo. Ainda, a ser preso e punido por ter mexido no alheio, mesmo depois de entregar o cavalo ao verdadeiro dono. A quem furta ou rouba o erário público não acontece o mesmo. Acha o corrupto que é incomparável ao "ladrão de galinha", bode ou cavalo. De terno e gravata, faz às escondidas porque sabe que está errando; nada deixa escrito; carrega cédulas em saco de papel de embrulho, desde que ninguém perceba o que o pacote contém; escondendo o dinheiro com esmero, mais do que o ladrão, o bicho roubado; leva para fora do país ou aplica através de falsos donos ou em campanhas políticas; justifica sua riqueza com exagerado cinismo.
E depois de descoberto, pelas denúncias e rastros deixados nos computadores, inventa-se uma história de "legalizar" o ilícito, "repatriando-se" fortunas escondidas nos bancos suíços, do além mar. Ora, repatria-se exilado, constrangido a deixar a pátria. Em corrução não há pátria, tampouco sentimento patriótico em quem surrupiou milhões e milhões do povo, escapando dos impostos. Não se legaliza o fora da Lei. Devolvam-se os recursos surripiados; como o ladrão de cavalo, ao seu dono: À Petrobrás o que é da Petrobrás!