A QUEDA DA PALMEIRA E AS INEVITÁVEIS LEMBRANÇAS...

Na sexta-feira, logo após o almoço, saímos, para dar uma rápida passadinha ao mercado; hoje, sem o “pesadelo” da inflação, se faz apenas a reposição dos itens que vão faltar ou estão faltando. Ao abrirmos o portão, para fazer uso do carro; a esposa nos alertou que a palmeira estava inclinada e sugeriu que de imediato ligássemos ao Corpo de Bombeiros; respondi que não via necessidade tão urgente...

Dirigimos-nos ao hipermercado como estava planejado. Ela não permaneceu até o final, - o estabelecimento é ao lado do terminal do ônibus, deste modo iria até o centro e ir sentada. - pois havia agendado uma consulta médica, antes, porém, passaria num consultório médico, próximo da Estação Central; a secretária telefonara avisando que havia guardado algumas amostras de medicamento de seu uso... Volto para casa, surpresa: a palmeira realmente tinha caído em “câmara lenta”, a sua copa ficou sobre o beiral e telhado, apoiado no fio de luz, sem causar qualquer dano maior. De imediato telefonei ao Corpo de Bombeiros.

Não demorou muito, a viatura chegou com três bombeiros, que prestativamente vieram atender a ocorrência. Em pouco tempo a palmeira estava cortada e colocada na frente do muro; o vizinho do lado, lembrou que como” prêmio” poderiam ganhar um palmito gigante para ser levado e dividido entre os três, fato que acabou acontecendo. Ligamos e comunicamos a Prefeitura; em alguns dias um caminhão estaria a recolhendo...

...As inevitáveis lembranças vieram em nossa mente. Há quatro décadas atrás, - 1.972- a alegria de conseguirmos a casa própria, ela, - a esposa. - na época com o vigor dos seus 31 anos, extremamente contente, finalmente não haveria mais necessidade de mudar-se; a muda da palmeira foi comprada e plantada por sua iniciativa; as filhas respectivamente com 10, 5 e 2 anos, aos poucos foram se inteirando com a nova realidade, a casa, outro bairro, outra escola e novas amizades...

O tempo passa célere, com sua dedicação exclusiva ao lar e a educação das filhas...

Quem pensa que as preocupações terminam quando seguem seus próprios caminhos, ledo engano, aí vêm os netos e, bisnetos...

A palmeira “presenciou” 40 anos de nossas vidas, que somadas a mais dez, são cinco décadas de convivência; cuja união conjugal se deu quando tínhamos apenas 20 anos; se fossemos, pela “racionalidade”; não tínhamos estrutura financeira para constituir uma família; mas em muitas ocasiões a voz do coração é da superação, daquilo que deveria ser programado em longo prazo; nestes muitos anos de convivência, experiências, e aprendizado na convivência familiar, requerem abnegação, esforço mútuo, os “encantamentos”, passam rápido, e se o verdadeiro amor, não for cultivado, a união fenece, com a própria desestruturação familiar.

Por último a palmeira nos deixa um “exemplo”: a vida aqui é finita, e invariavelmente seremos chamados a “partir”; se estivermos bem com nossa consciência, em paz, , pela execução dos “deveres” que nos competia, constatará que não foram em vão nossas vidas; que viver valeu à pena, em que o amor em sua acepção maior, fez parte de nossos atos, na compreensão, no entendimento, manifestados nos mínimos gestos, apontado pelo maior avatar* que esteve entre nós há quase de 2.000 anos:” Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.”.

*Jesus

Curitiba, 26 de junho de 2.012 - Reflexões do Cotidiano – Saul

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Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 04/11/2016
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