Triste caminho

Patrícia era mulher bonita, cabelos lisos e sedosos e pele clara.

Casou-se cedo com um homem pouco aprovado por todos. Sua família a alertou, assim como seus amigos. Mas de nada adiantou.

Saiu da casa de seus pais na data que definira para casar-se com o homem que mudaria todo o curso da sua e da vida de toda a sua família.

Já no início do casamento viu-se traída inúmeras vezes, embora nunca tenha comentado ou mesmo lamentado. Em pouco tempo, muito pouco tempo, virou a “coitadinha” da família, na escola na qual trabalhava e entre os amigos. Na escola foi designada para a Secretaria para não ter incomodações com alunos, com os poucos amigas era sempre vista como a “Madre Tereza de Calcutá” e entre a família era protegida, especialmente por sua mãe.

Teve 4 filhos e muita dificuldade para cria-los; embora ajuda não faltasse à “coitadinha”, já que a família se desdobrava para repor absolutamente tudo o que faltasse.

Enquanto isso ela ia se afastando de todos e criando o seu “pequeno-mundo-imaginário” numa pequena casa que residiu até sua morte. E, também enquanto isso, seu marido continuava com suas aventuras e seus negócios escusos. Mas ela sempre ao seu lado, defendendo-o e criando bons adjetivos à uma pessoa que só destruía o que via pela frente.

Com 30 anos de casada e com o advento da Internet, conheceu um homem em um site de relacionamentos, também vivendo um casamento ruím. Manteve com ele uma relação extra-conjugal somente de conhecimento de sua irmã mais velha, a que mais confiava. Sua irmã, por vê-la sempre em estado deplorável como mulher, abriu inclusive a sua casa para que lá ela encontrasse abrigo para encontrar-se com o amante.

A relação deve ter durado uns 2 ou 3 anos e ela passou, nesse período, a tratar-se melhor, cuidar-se melhor e ser vista novamente como uma mulher bonita e cheia de vida.

Como não fora criada para lidar com traições, mesmo apaixonada e sabendo que não teria coragem para acabar com o casamento, começou a adoecer. Adoeceu tanto que as suas forças começaram a diminuir visivelmente. Diagnóstico: câncer, com sobrevida de, no máximo 2 meses.

Foram esses 2 meses suficientes para que ela rejeitasse a irmã que a acolheu, que minasse os filhos contra ela e fizesse-os entender que ela, a irmã, era uma pessoa do mal.

Utilizou a mentira, a covardia e morreu deixando um legado que anda difícil de ser engolido, já que o afastamento de todos está comprovadamente descrito em mensagens e no dia a dia em relação à irmã.

Uma farsa que, infelizmente, nunca poderá ser desvendada.

Out.2016

Rosalva
Enviado por Rosalva em 03/11/2016
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