A ida da nuvem de gafanhotos
Em alerta aos novos prefeitos da região do ABC (SP), bem como demais prefeituras Brasil afora, onde os partidos retrógrados perderam a eleição, e vendo que o PT ficou muito tempo nesses "redutos", e sabendo-se seguidores do chefe maior, sairão de suas tocas levando tudo. Afinal, o exemplo veio de cima... O Palácio do Planalto "ficou limpo"...
Lembrando Monteiro Lobato (*) em seu livro de contos Cidades Mortas (**), e traçando uma paralelo relativo ao PT no Brasil, transcrevo (apenas o enredo) de um desses contos:
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29. A NUVEM DE GAFANHOTOS
Venâncio, funcionário público, era apaixonado por agricultura, lia livros e publicações a respeito e depois deitava seu conhecimento em todos os lugares por que passava. Chegou a se imaginar ministro da agricultura, após elogios de um coronel da terra sobre seus conceitos e sugestões.
Fiel à loteria, cuja a sorte um dia lhe daria a oportunidade de Ter uma fazenda modelo para visitação pública, foi contemplado com vinte mil réis, com os quais comprou um sítio de quinze deixando o restante para ser pago depois.
Com cinco mil, investiu na compra de matrizes de aves e porcos de raça, implementos agrícolas e sementes para transformar a velha terra cansada na prosperidade de seus sonhos.
Um dia recebeu a carta de um parente do Rio, certo de que ele ganhara uns duzentos contos, anunciando sua visita com a família e de sobra, mais três jovens amigas e duas empregadas – ao todo onze pessoas que ao cabo de três meses devoram-lhe o pomar, a horta e se fartaram de toda a criação, inclusive as mais novinhas.
Desolado, Venâncio sonha com uma nuvem de gafanhoto que lhe toma todo o sítio.
Após a partida do gafanhoto-mor e sua equipe, restou ao sitiante e esposa a única saída: voltara para a cidade e à antiga condição de funcionário público.
Sobre o assunto de agricultura nem se interessava mais e se alguém “falava perto dele em pragas da lavoura, geada, ferrugem, curuquê ou que seja, sorria melancolicamente, murmurando de si para si: - Conheço uma muito pior...”
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(*) Monteiro Lobato hoje deve se revirar na tumba, eis que, foi um dos grandes defensores da Petrobrás... O slogan "O Petróleo é Nosso" foi criado por ele.
Hoje entendo o que ele quis dizer... nosso=do PT... e agora sofre uma "privatização" forçada, vendendo suas participações nos investimentos em toda parte do mundo, para fazer caixa e sair da enorme crise financeira que uma grande empresa jamais enfrentou no Brasil. Essa é a privatização do PT. Primeiro quebra a empresa, depois vende os ativos na "bacia das almas"...
(**) Cidades Mortas: Excelente! Recomendo a leitura. O lado que muita gente desconhece de Antonio Bento Monteiro Lobato, que foi o patrono de minha sala de aulas no Grupo Escolar Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré (Bernardino de Campos - SP - 1964/65).
Bons tempos quando a escola pública era respeitada em toda a sua estrutura, como instituição digna de respeito, cujos professores, funcionários, direção eram reconhecidos pelo trabalho e dedicação na formação do cidadão brasileiro!