A MORTE DA SAMAMBAIA

Cheguei feliz da floricultura com um vaso de samambaia nas mãos.Era meu primeiro vaso comprado para a varanda da casa que acabara de alugar.
A noite escolhi um bom lugar no teto e pendurei o vaso no gancho,com a planta verde,farta e cheia de vida.

De manhã,depois do café,ansiosa para regar a samambaia,fui de pijama e tudo para a varanda.Subi no banquinho com a jarra de água na mão e quando ergui o braço,uma rolinha saiu voando desembestada pelo ar.Assustada,desci o vaso do alto e constatei que - em uma única noite - a pomba rola havia construido um ninho e botado um ovo no miolo da samambaia.
Tarde demais. Não havia o que fazer.O lugar da samambaia era tão protegido de gatos e outras ameaças que a rolinha sacou ser ideal para sua maternidade.Foi mais rápida que eu e na calada da noite botou mãos a obra…ops… digo bico a obras e construiu sua “minha casa minha vida “.

Esperei um mês até que meu filho bastardo nascesse e voasse pelo mundo.Então peguei o vaso da samambaia ( seca,morta,suja,empiolhada e toda cagada ) e joguei no lixo.
Meu sonho virou pó,minha samambaia morreu e a donzelinha… digo rolinha, está lá, feliz da vida construindo um puxadinho na quina do pilar ( já que não tem mais vaso ).Com certeza a prole vai aumentar.

Eu já estava quase conformada,mas tive um enfarto quando descobri que Lady Penosa estava catando raminhos secos ( material para a obra ) da minha orquidea,amarrada com o maior carinho na árvore do jardim.
Sempre sonhei em ter uma orquídea florescendo no jardim…



                                          PenhaBoselli** / Maat 2016
Maria da Penha Boselli
Enviado por Maria da Penha Boselli em 02/11/2016
Reeditado em 18/11/2016
Código do texto: T5810992
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