MINHA DECADÊNCIA ("Envelhecer não é decadência, decadente é ser novo e não acreditar que chegará a essa fase." — Brione Capri)
Eu e você em confronto, dis(puta) desleal, pois já estou velho, mas não acabou ainda minha missão. Só preciso ficar atento às responsabilidades do trabalho para não ser acusado injustamente de erro, antecipando assim, meu AFASTAMENTO. E por eu estar totalmente desprendido da vaidade, deixarei apenas minha capacidade falar alto, não me defenderei. Estou tentando ser menos impulsivo nestes MOMENTOS FINAIS, pois ainda não sei assumir o controle de minhas emoções. Todo o meu problema é que eu tenho imaginação e carisma para chamar a atenção, todavia, o que importa neste momento, não é a visibilidade, é o teor e a qualidade da comunicação.
E quando estiver aposentado, podendo evacuar do ambiente escolar, levarei um sentimento de menos valia em decorrência de frustrações no trabalho. Pois o que se diz lugar de educação, não passa de campo de batalha. Porém, compreendo que nem sempre é possível ganhar. Só me resta agora descansar das dificuldades superadas a duras penas. O pior de tudo isso é que, a possibilidade da ociosidade me assusta e a mudança de atividades já faz oscilar meu humor. Sobre tudo, estou esperando demandas mais suaves no estado de terceira idade e na vida social, visto que o amor está em baixa por aqui. Nem sei se minha filha, recém descoberta, ama-me de verdade, quem mais me amou, ama ou amará?
Porém, desgastei-me na escola e não consegui dizer que o sistema está equivocado; tanto aos que dirigem como aos usuários, apenas fui junto, na onda, fiz-me cego para não perder o emprego. Entretanto, sempre soube que a solução não é aprovando aluno de qualquer jeito, para fazer bonito nas estatísticas, apenas se livrarão deles, pois as salas se esvaziarão da mesma forma, do que se não promovessem os incompetentes. Qualidade é outra coisa!