COMO ERA VIVER SEM CELULAR E SEM INTERNET
Quem está habituado com os celulares e smartphones atuais nem deve se lembrar de como era a vida sem essa tecnologia, que permite localizar e contatar uma pessoa imediatamente. Naquela época, período em que até os telefones fixos eram raros, no interior se utilizava muito o rádio para dar recados e localizar pessoas. Ouvia-se de tudo, como "Fulano avisa Beltrano para esperar na casa de Sicrano". O contato entre pais e filhos adolescentes era muito difícil quando esses saíam por aí. Muitas vezes ficava-se o dia todo sem saber onde estavam, havia os que saíam de manhã e voltavam de noite, deixando mães e pais preocupadíssimos. Não eram raras as surras de vara ou cinto em razão do “sumiço”. Muitas coisas aconteciam por conta da falta de contato, por exemplo, quando alguém falecia enquanto outros viajavam, só ficavam sabendo dias depois, após o enterro. Também eram comuns situações em que famílias inteiras perdiam contato. A velha história do “foi comprar cigarro e nunca mais voltou” era parte do cotidiano. Mães, filhos, irmãos, etc, quando se mudavam de residência, para outro município ou estado, ficavam anos ou décadas sem contato. Outro hábito comum era escrever cartas. As pessoas escreviam cartas quase que diariamente. E nas cartas, além de se escrever sobre a vida, os problemas, as necessidades e as saudades, mandava-se até dinheiro no envelope para ajudar um familiar distante. Ainda que fosse um tempo em que se passava por dificuldades e que a existência de tecnologias, como a internet e o celular, pudesse ajudar, eram tempos de mais privacidade e de uma sensação maior de liberdade de ir e vir. Pois, não recebíamos mensagens urgentes do trabalho, não éramos cobrados por não responder um e-mail, não nos telefonavam a cada 10 minutos onde quer que estivéssemos, enfim, não existia essa pressão em ser localizado e contatado em qualquer dia ou horário. Eram tempos de contato mais pessoal, físico, cara a cara. Era uma época que deixou saudade.