Incalculável da razão
Nem dois nem três. Somos um. E um a um vamos caminhando em nossas experiências. Compartilhando o necessário para sabermos viver, sendo íntegros e indivisíveis. Saboreando o que ainda não sabemos de nós mesmos. Um banquete sagrado se aninha em cada criação. Passado o tempo de amores perros, onde o aroma de rosas só se distinguia pelo spray. Passado o tempo do silêncio submetido a um sim ou não sem decisão. Passado o tempo da covardia submetida à tentativa do poder por posse. Passado o tempo embora lembremos em ressaca esse agir e criamos pertencer a essa realidade. Nem devagar nem depressa, justo para cada momento o impulso da criação certeira. Já somos o que fomos, pais, mães, filhos, filhas, profissionais, amantes, esposas e maridos. Algemados todos a uma forma de nos mostrar. Nem bem, nem mal, conhecemos o vulnerável dos nossos atos mais nenhum é tão importante como o canto alado do homem e a mulher caminhando a terra. Frágeis, mais não sensíveis. Firmes, mas não duros. Amantes do amor, mais não de homens e mulheres. Inteligentes por natureza, mas não intelectuais de biblioteca. Somos ar dando voz ao espírito. Somos água dando emoção para a vida. Somos fogo a transformar a realidade. Somos terra dando forma à nossa visão. Nem mais, nem menos, somos cada um dos elementos da terra mais um, um mais que nadifica cada essência e prevê a criação. Nada pode deter o canto da alma, nada pode deter a evolução, nada pode parar a vida nem a morte no seu máximo esplendor. Somos o incalculável da razão, mas nem a ciência pode verificar a criação. A vida existe em cada espaço da existência e a máxima verificação só existe vivendo o andar. Se algo nos serve a história é para dar rédea solta à consciência tendo conhecido tudo o que podemos vir a ser, para lembrar quem somos.