AH, OS CHINESES, COMO SÃO SÁBIOS OS CHINESES...
Ah, os chineses, como são sábios os chineses... Conheço um de nome Lin Yutang, que disse, que a origem da literatura está na disposição, no sentimento do momento e quando um escritor tem um sentimento no peito e sente uma cócega nos dedos, escreve; e quando o faz de modo bastante belo para que leitores de todas as épocas compartilhem do que sentiu, torna-se um clássico. Já a opinião de Aristóteles nesse sentido, é de que, no caso, configura-se o prazer do reconhecimento.
Não sei se busco reconhecimento quando escrevo, acho mais que procuro uma alma para alimentar, uma alma que sinta na leitura a mesma liberdade que sinto quando escrevo, uma alma poeta para quem a fantasia seja realidade e a realidade nada signifique e que me veja escrevendo de maneira inconseqüente, apenas registrando pensamentos como um meio de satisfação pessoal. Enfim, busco uma alma que sinta como eu e corresponda, que veja a transitoriedade de nossa existência, que sinta os conflitos essenciais, e, como bem diz Lin, que enxergue tudo de bom e belo no coração humano .