A IDEIA, A CRÍTICA, NOSSAS VIDAS.

Nós vivemos em torno de ideias. O mundo se formou sob o pilar das ideias. Elas criaram o grupo, a sociedade e o Estado. Nossas ideias e de outros seres movimentam e movimentaram o mundo.

Somos ideias, tempo e espaço, passeando entre críticas, nossas e de outros. Tudo comandado pela razão exercida pela consciência de cada um.

Há voos por lados desconhecidos, imaginativos e sonhados, pretendidos e reverenciados. Respeitados antes de tudo, mas são voos. As águias voam alto e nem por isso deixam de ser abatidas. No topo da escala alimentar por sua conhecida ferocidade e envergadura encontra no homem seu predador. O homem está no princípio e no fim de todas as coisas. Tem alma, pensamento, ideia. É bondade, mas creio que prepondera a maldade. Seria assim no transcender?

A matemática pura está ao nosso alcance. A natureza pura, seu estudo, é possível. São ciências reais e objetivas provadas possíveis. São realidades conhecidas.

Já a metafísica em sua principal finalidade tem um progresso nulo como afirma sem nenhuma possibilidade de questionamento Kant. Decorre dessa afirmação sua absoluta incerteza. A possibilidade de existência da metafísica como certeza é vã como diz Immanuel Kant.

Todos os mergulhos elásticos para responder questões naturais, como surgiu o mundo, se tem um começo ou é eterno entre outras insondáveis indagações, esbarram em contraditórios inevitáveis, posições contrafeitas eloquentes onde a metafísica se avizinha e esmorece quando a razão é colocada e desponta como intransponível. A metafísica é uma vontade de inserção científica no terreno estranho à ciência. Não há nenhuma segurança em seus desenhos limitativos que estejam cercados de crédito absoluto. Resta mais relativa que a relatividade.

Foge ao concerto de convenções seguras e se deixa ficar sob o aspecto crítico a metafísica. A crítica é sua ordem veemente. A crítica é processo ordenatório nas questões básicas.

Resulta em ideia a possibilidade metafísica das construções dos pensamentos. Deles nos apossamos e por eles nos desenvolvemos no campo imaginativo. Por vezes são fundamentais para nossa existência. Há uma necessariedade que nos rodeia por necessidade de um Ser necessário. Qual? Divisionária, diversificada e mutante a ideia nesse campo. Em suma, transcendental.

Essa a grande construção Kantiana, a ideia e suas projeções de como podemos discutir tudo que é relevante na vida, a própria vida, sob a razão empírica, mesmo de forma transcendental, vida, a definitiva razão de estarmos por aqui e por esse meio explicarmos a caminhada. É assim a crítica da razão pura. “É a faculdade que proporciona os princípios do conhecimento a priori”, como definido por Kant. E sob o apanágio do dogma visto sob ângulo kantiano, transcendentalismo “é todo conhecimento que de modo geral se ocupa da maneira que temos de conhecer os objetos, tanto quanto possível, a priori.”

Esse “a priori” situa uma razão pura, sem magias, mas palpável. Ideia é o núcleo. É preciso compreender para realizar, partir do conhecido regular e aceitável para o desconhecido sob o ponto de partida da ideia.

“Não há característica da existência de uma coisa que possa, de alguma forma, ser encontrada em seu simples conceito”. “O conceito precedendo a percepção , significa a simples possibilidade da coisa”. “É fato que a existência da coisa está conectada com nossas percepções na possibilidade de uma experiência, e podemos acompanhando o fio dessas analogias ir de nossa percepção real até à coisa na série de percepções possíveis”. Kant. “Crítica da Razão Pura”.

Assim, a ideia pode nos levar muito longe, de uma forma concreta, a partir da experiência com a matéria.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/10/2016
Reeditado em 29/10/2016
Código do texto: T5806787
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