Corticóides . Detestáveis. Preciso seguir com eles e é melhor aceitar que é uma condição além da minha vontade.  Procuro me sentir confortável  num estilo solto e despojado, batas, blusões e tudo mais larguinho pra não marcar o que prefiro ocultar. E assim se a atenção está nas listras, disfarço o estômago alto,  manguinhas falsas são perfeitas para os braços roliços. A vaidade faz bem, um batom levanta e dá um colorido alegrando o rosto  cansado e um  tanto bochechudo.

Não é porque sinto dor que tenho que viver trancada em casa todo o tempo, preciso respirar ar puro e ver lugares, pessoas, alimentar a alma. Meu momento é só meu e não permito que opiniões e preconceitos interfiram. Tomar as rédeas da vida não é fácil, na verdade é um exercício diário para não se deixar levar por lembranças do passado, expectativas com o futuro e gentileza para comigo mesma. Entender meus limites, respeitar minhas vontades, ouvir o meu corpo. 

E meu corpo  me diz que a dor não é mais forte e  que aproveita meus excessos pra intensificar o desconforto. Quando relaxo a dor diminui e recua, durante a meditação não ouço a dor, ela não me alcança e eu me distancio. Respiro aliviada, a calma e a tranquilidade renovam as forças. Me sinto em paz.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 28/10/2016
Reeditado em 01/02/2017
Código do texto: T5805347
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