Quinze Minutos
Dez minutos em um ponto de ônibus no terceiro dia consecutivo de chuva e frio. Ouço reclamações sobre o tempo, da falta de guarda chuva, de ter que votar mais uma vez no próximo domingo e um estranho até me pede pra comprar um café mas não tenho dinheiro. Me chama de mentirosa. Justamente eu que me considero a reencarnação da Santa Clara. Passam se mais cinco minutos e novamente a mesma pessoa me pede dinheiro. É dificil crer amigo, mas não tenho sequer uma moeda. A crise persegue não só a mim. Procuro algum olhar, um sorriso, algo que possa me fazer sentir humana entre tantas outras pessoas, mas não encontro nada. Sento virada para as pessoas no ônibus. Elas me negam seus olhos. Desviam. Preferem procurar o vazio. Ou será que é medo? Odeio ônibus. Uma menininha faz careta pra mim lá no fundo do zarco. Pelo jeito, ainda há esperança. Pelo menos hoje. Preciso de uma capa de chuva.
Dez minutos em um ponto de ônibus no terceiro dia consecutivo de chuva e frio. Ouço reclamações sobre o tempo, da falta de guarda chuva, de ter que votar mais uma vez no próximo domingo e um estranho até me pede pra comprar um café mas não tenho dinheiro. Me chama de mentirosa. Justamente eu que me considero a reencarnação da Santa Clara. Passam se mais cinco minutos e novamente a mesma pessoa me pede dinheiro. É dificil crer amigo, mas não tenho sequer uma moeda. A crise persegue não só a mim. Procuro algum olhar, um sorriso, algo que possa me fazer sentir humana entre tantas outras pessoas, mas não encontro nada. Sento virada para as pessoas no ônibus. Elas me negam seus olhos. Desviam. Preferem procurar o vazio. Ou será que é medo? Odeio ônibus. Uma menininha faz careta pra mim lá no fundo do zarco. Pelo jeito, ainda há esperança. Pelo menos hoje. Preciso de uma capa de chuva.