Por que o Brasil nunca esteve como agora?

É preciso acumulação de informação econômica e histórica bastante simples para saber qual a extensão do problema brasileiro. Ele é imensamente grave. Por quê? Por nunca ter passado por descrédito tão gigantesco para ser um país que obtenha investimentos. Ninguém investe em nada que possa ver seu capital desviado, apropriado indevidamente, onde os custos da corrupção tirem formidáveis e gigantescos nacos do dinheiro que foi investido. Eu mesmo, de minhas economias como Consultor Jurídico investi para minhas netas um pequeno capital, razoável, faz dez anos, ações da Petrobrás, já realizei o passivo, dei como perdido, desisti de possível recuperação, perderam elas praticamente tudo. Quem sabe perderam estudos no futuro, por isso imobilizei em ações da Petrobrás. Imaginem grandes investidores que arguem as perdas inclusive em tribunais fora do país se vão investir por esses lados.

Ouviu-se desde muito a situação difícil do Brasil, monitorado pelo FMI, ajudado por órgãos internacionais em suas dificuldades econômicas, com inflações inimagináveis, digamos, por péssimas administrações, com suas falhas e também acentuada corrupção. Mas nada nunca igual ao que agora se viu, como dizem todos, qualquer tampa que seja retirada, destampada, pública, com interveniência política, lá está a corrupção.

Agora a Embraer punida com números maiores que seu lucro de mais de ano e meio faz acordo para cerrar processo onde reconhece ter participado de corrupção para negociar venda de suas aeronaves.

E vejo dizer que é assim mesmo, assim que a roda gira, a corrupção faz parte do sistema. Penso que vivi e aprendi um pouco de sistemas para nada. A mola de crescer seria justamente o mecanismo que faz decrescer e traz descrédito, a corrupção. E deve ser tolerada...

Mas não estou sozinho no que penso, reitero a fala de um constitucionalista, sic:

O Ministro Barroso, em meio a seus alunos, recentemente, expõe com singeleza, ampla simplicidade para ouvintes estudantes, a realidade, nesses termos:

“A política morreu. Porque nós temos um sistema político que ele não tem O MÍNIMO DE LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA. Pela razão que já vou dizer. Ele deu uma CENTRALIDADE IMENSA AO DINHEIRO e à necessidade de financiamento. E se tornou um espaço de CORRUPÇÃO GENERALIZADA. É... quando... tô falando aqui num ambiente acadêmico, como se estivesse falando com meus alunos. Quando, anteontem, o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que se erguiam as mãos, eu olhei e eu disse: ‘Meu Deus do céu! ESSA É NOSSA ALTERNATIVA’. Não vou fulanizar, mas quem viu a foto sabe do que eu estou falando. Portanto, o problema da política, nesse momento, eu diria, é a falta de alternativa, quer dizer, NÃO TEM PARA ONDE CORRER. Isso é um desastre”, afirmou o ministro.

Mas o investidor assiste a tudo, retirou capital de investimento produtivo e outros não entram, não têm coragem de investir. Falta a credibilidade que se tinha antes no PAÍS DO FUTURO.

E o tal “giro” continua o mesmo.

Temos uma política profissional, e política não é profissão, mas uma entrega para servir à coletividade. Se transformou no Brasil em “CENTRALIDADE IMENSA AO DINHEIRO e ...... espaço de CORRUPÇÃO GENERALIZADA”; como enfatizou o Ministro.

Não se aprovam medidas por necessidade social, como o “ajuste votado e aprovado”, cargos devem e continuam a ser distribuídos, como na Caixa Econômica. Seriam cargos de mera escolha política, uma distribuição para distribuir? Ou são realmente técnicos, ao menos. Falta credibilidade...

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 26/10/2016
Reeditado em 26/10/2016
Código do texto: T5803323
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.