Síndrome da Panela Tamanho Família

O café da manhã, eu tiro de letra mas o almoço e o jantar ... Chego a ficar transtornada só de pensar em cozinhar. Adoro cozinhar e inventar mas com os filhos crescidos, não consigo. Me entristece ao usar as minhas panelas que são tamanho família por que hoje faço refeições só para mim. Bem, só durante a semana por que nos fins de semana sempre tem alguém filando a pizza da Mamma no sábado à noite ou o almoço de domingo.

Lembro muito bem quando comprei as minhas panelas Tramontina de inox e pensei, "Nunca mais vou ter que comprar panelas!" E lá se vão uns vinte e cinco anos. 

                       

Na verdade, tudo começou quando comprei uma leiteira exclusivamente para ferver o leite do meu primeiro filho. Achei uma leiteira Tramontina e uma canequinha da Panex, ambas de aço inoxidável e em oferta na Mesbla da 24 de Maio no Centro de São Paulo. E que bela oferta! Comprei duas leiteiras: uma para usar em casa e outra para casa da minha Mãe, onde o meu filho ficava durante o dia enquanto trabalhava. E lá se foram 31 anos! As leiteiras e a canequinha estão intactas. Usei a leiteira e a canequinha durante toda a infância dos meus três filhos e ainda as usam para ferver água, fazer ovos cozidos, esquentar leite e derreter chocolate para fazer coberturas para bolos e cupcakes.

Mas o meu ninho está vazio. Não existe ânimo para ousar ou inventar na cozinha hoje em dia por que não tenho motivo para cozinhar nos dias uteis. Além do mais, aquelas panelas Tramontina são tamanho família, enormes demais para fazer refeições apenas para mim. Outro motivo é, se eu fizer qualquer prato, vou ter que repetir a refeição pelo menos duas vezes seguidas e sinceramente, odeio comer sobras tanto quanto odeio congelá-las.

Não consigo olhar para minhas panelas sem sentir saudades do tempo quando meus filhos eram pequenos e eu me desdobrava para criar algum prato novo e bem gostoso para fazer nossas refeições, assim poderiam comer verduras e legumes numa boa, sem fazer cara feia. Até um bolinho de sobras inventei: arroz, verduras e carne ou frango. Batizei de, 'O Bolinho do Jaspion' (Um super herói japonês que surgiu no fim dos anos '80 e estourou na Rede Manchete e que as crianças adoravam imitar.) Nunca sobrava bolinho, nunca!

                                  

                                  

Ainda por cima, o meu filho namora uma engenheira cujo hobby é fazer quitutes. E a danada é uma boleira de primeira. Não vou competir, né.

Como gosto de cozinhar ...

Numa visita à Millium, uma loja bem conhecida aqui em Joinville e com inúmeras filiais espalhadas pelos bairros da cidade, bati o olho numa panelinha parecida com uma que tenho da Tramontina. Tamanho perfeito para fazer comida suficiente para uma ou duas pessoas. Porque não comprar duas panelinhas de inox para fazer minhas refeições? Comprei!
                                          
Duas panelas tamanho família da Tramontina, mais o escorredor de macarrão, repassei para minha filha caçula que cozinha todo santo dia para sua família. Ela adorou receber a herança adiantada.

Após duas semanas usando as novas panelinhas de inox, a Helô, a minha neta mais velha e cumplice, veio passar uma semana das férias de julho comigo. Qual não foi a alegria dela ao entrar na cozinha, ver as panelas no paneleiro e gritar toda feliz, "Que legal, Vó! Você comprou panelinhas de verdade pra gente brincar de fazer comidinha!" Olhei para aquele rostinho e disse, "Sim, Helô. Vamos fazer muita comidinha juntas!" E me acabei de rir.
Calada Eu
Enviado por Calada Eu em 22/10/2016
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