Introspeção.

Simpatizante do PT desde a fundação, filiei-me depois de frequentar O Núcleo do meu bairro, hoje extinto. Fiz curso de Formação Política, participei de plenárias, eleições internas, ouvi palestras. Participei de movimentos populares, tudo na base do voluntariado. Em 1989, como a maioria da militância, decorei a indumentária com cores e adesivos, quase chegando ao orgasmo ideológico, do "Lula Quase Lá".

Não sou e nunca pretendi ser notável, um "Capa" e nem exercer liderança por mais pequena que fosse. Fui a mão que agitou a bandeira, no peito carregando a estrela, o pensamento no socialismo, o ouvido para ouvir o clamor dos excluídos, a visão utópica e um coração fraterno. A boca anunciando mudanças, falando de transparência, democracia, ética, coerência e fidelidade. Abracei essas causas com uma fé quase religiosa. O PT era um partido diferente; não era fisiologista e oportunista. Cresceu e caíram nele de paraquedas alguns politiqueiros, contaminando a boa política.

De repente, vejo meus ideais batendo as portas da frustração.

No PT ainda tem nomes de moral ilibada. Considero o momento de turbulência política, como uma tentativa para uma Revolução Plutocrática.

Lair Estanislau Alves.