Minha pequena 4
Eu olhava através de seus pequeninos olhos e podia encontrar uma paz descomunal, longe de tudo aquilo que se chama compromisso e responsabilidade.
Aquela felicidade serena, limpa e imaculada, descobrindo as coisas com extasia, procurando com seus olhinhos inexperientes a extensão das coisas com novidade, ansiedade e liberdade; querendo correr até onde o olhar podia contemplar.
O vento brincava em seus cabelos encaracolados, seu vestido rodado e suas perninhas ligeiras. As bochechas rosadas expressavam a espontaneidade de alguém despreocupado com os olhares expectadores.
E um sorriso... Ah, aquele sorriso! Que faz todos os meus problemas irem embora!
O rio bem pertinho de seus olhos, agora os separavam com uma garoa que chegou depressa, frustrando a vontade de chegara mais perto. Não era o bastante olhar de longe, ela queria sentir, chegar o mais perto que conseguisse a ponto de sentir o cheiro do rio.
As árvores colorindo o céu de verde, traziam uma sensação de leveza com o vento brincalhão, que balançava suas folhas e espantava os pássaros que se hospedavam nelas. Era como se tivéssemos todo o tempo do mundo para correr, pular e simplesmente olhar aquele cenário maravilhoso.
Barquinhos passeavam pelo grande rio chamando a sua atenção e tirando-lhe um sorriso no apontar de seus dedos pequeninos... Olha lá! Dizia ela. E então eu também olhava e sorria.