Memórias virtuais:
Memórias virtuais:
Lembro que comprei um computador lá pra casa (porque precisava para trabalhar). Nenhum dos meus amigos mais próximos tinha, era uma grande novidade.
Lembro da dificuldade de conseguir manejar o mouse no começo. De fazer desenhos num Paint com alguma firmeza. E que os únicos joguinhos que tive por muito tempo foram Paciência e Campo Minado, que já vinham no pc (depois os vícios foram Tetris, um de fórmula 1, Doom e Carmen Sandiego. Mas nenhum substituirá o mágico Pre-2, que passávamos horas jogando Emoticon smile ).
Lembro que demorei a ter impressora com tinta colorida e, quando tive, fiquei encantado e saí imprimindo meus poemas com frases cada uma de uma cor.
Por fim, veio a internet.
E, sem banda larga, era caro… Tinha que entrar aos finais de semana e depois de certos horários, pra não pesar na conta de telefone. Mas eram os horários de maior procura, então as linhas congestionavam e, não raro, caíam. E tinha aquele barulho irritante da conexão.
Os chats eram um vício, depois o ICQ. Eu era capaz de passar horas conversando com meus amigos no ICQ O que será que tínhamos tanto pra falar?!
E não só isso: também passei várias noites em claro no ICQ, entrando pela madrugada, até umas 3h.
Também foi a época em que comecei a escrever críticas de filmes . Pouco depois, o primeiro blog. E emails freneticamente trocados. Orkut. MSN. Twitter. Facebook. Bom!
É engraçado falar de tudo isso no passado, como se eu estivesse relembrando uma antiguidade remotíssima. Mas, ao mesmo tempo, acho que muitos moleques de hoje nem sonham com o que seja internet discada, foto demorando horas pra carregar, congestionamento de linha etc.
Mas tudo voou tão rápido de uns tempos pra cá que é plausível lembrar o que era um mundo cheio de disquetes e com impressora a jato de tinta com certa nostalgia.
Minha geração e as que vieram depois tem muitos amigos virtuais. Já se apaixonou por alguém que conheceu na rede. Se encantou com os primeiros passinhos de coisas como o Napster.
Temos uma memória afetiva ligada a essas máquinas e à rede web. Algo que nem Isaac Asimov seria capaz de conceber...