O tema proposto induz as pessoas a imaginarem que estar bem consigo próprio é gozar de boa saúde, ter tranquilidade, manter situação financeira estável e não ser tocado por embaraços familiares ou sociais.
Não há dúvida de que, no dia a dia da vida, esteja presente uma ou algumas das situações retro descritas; contudo a presença de todas, num dado momento, é acontecimento que escapa à própria finalidade da vida corpórea do ser humano, ou melhor da finalidade oriunda da conjugação corpo e alma.
Há várias razões que sustentam o que se está a afirmar, ou seja a extrema dificuldade material de se reunirem todas as situações aludidas, durante o curso de uma vida terrena, por um motivo natural e simples, mas que, não raro, escapa à vigilância das pessoas. Escapa ao ser humano a percepção de imperfeição natural, agravada nas nuances racionalidade, egoísmo e ganância financeira.
Por sua natureza humana, o homem, isto é o ser humano, necessita de relacionamento com os semelhantes para aprender a avaliar as diferenças de conduta; entretanto, na avaliação não leva em consideração o ensinamento Cristão, acerca de dois mandamentos de Deus, calcados no Amor, que encerra toda a verdade: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si próprio.
Com raríssimas exceções os viventes humanos reconhecem-se criaturas de Deus, Deus Pai; no entanto, não reconhecem, como irmão, o próximo. Em relação ao próximo, o ser humano, para considerá-lo irmão, lança mão de avaliação crítica a respeito de sua conduta social. Se se trata de pessoa bem situada, a avaliação é boa; contudo, se pairar qualquer dúvida a respeito, essa pessoa, o próximo, é escarnecida. Diz-se que Deus é Pai de todos, mas, no caso apontado, um não é irmão do outro, porque se trata de pessoa reprovada na avaliação.
Assim acontecem os momentos da vida das pessoas na atualidade, mesmo após terem escoados mais de dois mil anos, quando, no Evangelho de Lucas se traçaram linhas esclarecedoras a respeito.
Escreveu o Apóstolo Lucas, na narração da parábola “O Bom Samaritano” que certo homem ao descer de Jerusalém rumo a Jericó, em local de perigo, sofreu ataque de salteadores os quais o despojaram e o abandonaram ferido. No mesmo trajeto, depois do ataque, desceu por aquele caminho um sacerdote doutor da lei que, mesmo ao vê-lo ferido, pensou na pressa que o conduzia e passou ao largo. Da mesma maneira também pelo local passou um levita por aquele lugar e, ao vê-lo, igualmente, passou adiante. Em seguida, verificou-se um viajante samaritano seguindo o mesmo caminho, porém, ao se deparar com o estranho, ferido, não titubeou e imediatamente o socorreu plenamente, não só prestando socorros imediatos, mas cuidou de transportá-lo até a localidade mais próxima onde completou o socorro. Hospedou o ferido e pagou pela hospedagem e por remédios necessários, além da alimentação. Jesus, após narrar a parábola, indagou “Qual destes três parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?” Ao que se respondeu “O que usou de misericórdia para com ele». Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo» (Lucas 10, 29-37).
Quantos e quantos, ao redor de todos, se encontram caídos por causa das adversidades da vida e veem passar pessoas ditas importantes, sem que se proceda ao mínimo ato de caridade? Faça-se essa avaliação?
Não se deve parar na análise restrita ao aspecto de ser o homem, animal racional/social, porquanto outro lhe serve de rótulo, isto é animal econômico. No convívio social, as pessoas humanas não observam o limite necessário para que ganhos financeiros não ultrapassem o limite da razoabilidade para uma vida condigna. Sob o manto da desculpa do suor do empreendedorismo, ultrapassa-se a fronteira das necessidades fundamentais e se constrói alojamento no território da usurpação e da usura. A tolerância, o respeito aos limites razoáveis de ganhos, consideram-se fraqueza ou derrota que estariam a aniquilar o livre arbítrio. Isto posto, para os que assim pensam, o caminho da fortuna não deve ter limites e sim inteligência para melhores resultados; vale tudo para se conseguir chegar ao ápice; entretanto, não se sabe onde é o ápice.
Aqui também cabe o ensinamento de Jesus, no Livro de Mateus ((Mateus 19:16-23)
" E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus."
Por derradeiro e para não se adentrar em outros fatores correlatos aos três princípios aqui considerados, o ser humano, também, é, paradoxalmente, egoísta. Paradoxalmente, porque necessita do convívio com seus semelhantes de Deus, no entanto não os considera plenamente. O amor a Deus fica nas palavras e, igualmente, olvida-se do próximo o qual, por absoluta conduta egoísta, é relegado a segundo plano, mormente diante da satisfação de um interesse ou de uma vontade manifestada. Assim, tudo o que pode ser considerado bom ou melhor para certo homem, este terá a primazia; depois, que se atenda ao outro. O egoísta se considera o melhor pai, o melhor trabalhador, o melhor crente em Deus enfim primeiro ele, depois os outros.
Os três fatores que qualificam a natureza do ser humano, são causas de conflitos em relação aos quais, a falta de disciplina do espírito acarreta o sofrimento do ser.
Diante desse quadro, exsurge uma forma de solução aparente, quanto à materialidade, porém inexistente, quanto ao progresso espiritual. Os conflitos humanos, sociais, familiares, em qualquer grupo, geram perturbação. Se esse estado é coletivo, dos sofredores emana sentimento de reprovação, de libertação e desejo de providências para que se extirpe o mal. A emanação produz fluidos de valor e destes a disposição de normas, a fim de que se busque a paz dos seres humanos.
A paz dos homens, anote-se, não é a verdadeira paz, conforme relatado em João, Capítulo 14: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar”
A paz dos homens é egoísta e restrita a quem a deseja; não é busca solidária e de despojamento. Por esse motivo, os conflitos decorrentes da insatisfação quanto a desejos não atendidos, sejam estes sociais, familiares, econômicos e outros, são consequências, são efeitos perversos de tangenciam a saúde, a situação financeira e a solidariedade humana.
Não há dúvida de que, no dia a dia da vida, esteja presente uma ou algumas das situações retro descritas; contudo a presença de todas, num dado momento, é acontecimento que escapa à própria finalidade da vida corpórea do ser humano, ou melhor da finalidade oriunda da conjugação corpo e alma.
Há várias razões que sustentam o que se está a afirmar, ou seja a extrema dificuldade material de se reunirem todas as situações aludidas, durante o curso de uma vida terrena, por um motivo natural e simples, mas que, não raro, escapa à vigilância das pessoas. Escapa ao ser humano a percepção de imperfeição natural, agravada nas nuances racionalidade, egoísmo e ganância financeira.
Por sua natureza humana, o homem, isto é o ser humano, necessita de relacionamento com os semelhantes para aprender a avaliar as diferenças de conduta; entretanto, na avaliação não leva em consideração o ensinamento Cristão, acerca de dois mandamentos de Deus, calcados no Amor, que encerra toda a verdade: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si próprio.
Com raríssimas exceções os viventes humanos reconhecem-se criaturas de Deus, Deus Pai; no entanto, não reconhecem, como irmão, o próximo. Em relação ao próximo, o ser humano, para considerá-lo irmão, lança mão de avaliação crítica a respeito de sua conduta social. Se se trata de pessoa bem situada, a avaliação é boa; contudo, se pairar qualquer dúvida a respeito, essa pessoa, o próximo, é escarnecida. Diz-se que Deus é Pai de todos, mas, no caso apontado, um não é irmão do outro, porque se trata de pessoa reprovada na avaliação.
Assim acontecem os momentos da vida das pessoas na atualidade, mesmo após terem escoados mais de dois mil anos, quando, no Evangelho de Lucas se traçaram linhas esclarecedoras a respeito.
Escreveu o Apóstolo Lucas, na narração da parábola “O Bom Samaritano” que certo homem ao descer de Jerusalém rumo a Jericó, em local de perigo, sofreu ataque de salteadores os quais o despojaram e o abandonaram ferido. No mesmo trajeto, depois do ataque, desceu por aquele caminho um sacerdote doutor da lei que, mesmo ao vê-lo ferido, pensou na pressa que o conduzia e passou ao largo. Da mesma maneira também pelo local passou um levita por aquele lugar e, ao vê-lo, igualmente, passou adiante. Em seguida, verificou-se um viajante samaritano seguindo o mesmo caminho, porém, ao se deparar com o estranho, ferido, não titubeou e imediatamente o socorreu plenamente, não só prestando socorros imediatos, mas cuidou de transportá-lo até a localidade mais próxima onde completou o socorro. Hospedou o ferido e pagou pela hospedagem e por remédios necessários, além da alimentação. Jesus, após narrar a parábola, indagou “Qual destes três parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?” Ao que se respondeu “O que usou de misericórdia para com ele». Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo» (Lucas 10, 29-37).
Quantos e quantos, ao redor de todos, se encontram caídos por causa das adversidades da vida e veem passar pessoas ditas importantes, sem que se proceda ao mínimo ato de caridade? Faça-se essa avaliação?
Não se deve parar na análise restrita ao aspecto de ser o homem, animal racional/social, porquanto outro lhe serve de rótulo, isto é animal econômico. No convívio social, as pessoas humanas não observam o limite necessário para que ganhos financeiros não ultrapassem o limite da razoabilidade para uma vida condigna. Sob o manto da desculpa do suor do empreendedorismo, ultrapassa-se a fronteira das necessidades fundamentais e se constrói alojamento no território da usurpação e da usura. A tolerância, o respeito aos limites razoáveis de ganhos, consideram-se fraqueza ou derrota que estariam a aniquilar o livre arbítrio. Isto posto, para os que assim pensam, o caminho da fortuna não deve ter limites e sim inteligência para melhores resultados; vale tudo para se conseguir chegar ao ápice; entretanto, não se sabe onde é o ápice.
Aqui também cabe o ensinamento de Jesus, no Livro de Mateus ((Mateus 19:16-23)
" E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. Disse-lhe ele: Quais? E Jesus disse: Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho; Honra teu pai e tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me. E o jovem, ouvindo esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus."
Por derradeiro e para não se adentrar em outros fatores correlatos aos três princípios aqui considerados, o ser humano, também, é, paradoxalmente, egoísta. Paradoxalmente, porque necessita do convívio com seus semelhantes de Deus, no entanto não os considera plenamente. O amor a Deus fica nas palavras e, igualmente, olvida-se do próximo o qual, por absoluta conduta egoísta, é relegado a segundo plano, mormente diante da satisfação de um interesse ou de uma vontade manifestada. Assim, tudo o que pode ser considerado bom ou melhor para certo homem, este terá a primazia; depois, que se atenda ao outro. O egoísta se considera o melhor pai, o melhor trabalhador, o melhor crente em Deus enfim primeiro ele, depois os outros.
Os três fatores que qualificam a natureza do ser humano, são causas de conflitos em relação aos quais, a falta de disciplina do espírito acarreta o sofrimento do ser.
Diante desse quadro, exsurge uma forma de solução aparente, quanto à materialidade, porém inexistente, quanto ao progresso espiritual. Os conflitos humanos, sociais, familiares, em qualquer grupo, geram perturbação. Se esse estado é coletivo, dos sofredores emana sentimento de reprovação, de libertação e desejo de providências para que se extirpe o mal. A emanação produz fluidos de valor e destes a disposição de normas, a fim de que se busque a paz dos seres humanos.
A paz dos homens, anote-se, não é a verdadeira paz, conforme relatado em João, Capítulo 14: “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar”
A paz dos homens é egoísta e restrita a quem a deseja; não é busca solidária e de despojamento. Por esse motivo, os conflitos decorrentes da insatisfação quanto a desejos não atendidos, sejam estes sociais, familiares, econômicos e outros, são consequências, são efeitos perversos de tangenciam a saúde, a situação financeira e a solidariedade humana.