A LUZ DA INSPIRAÇÃO

Em tudo o que existe e foi criado houve uma crença veemente de que poderia acontecer e tornar-se realidade. Para muitos, algumas convicções são inatingíveis, utópicas, que estão em uma dimensão totalmente distante e inalcançável. Entretanto essa não é uma verdade absoluta. As realizações são parte de uma ideia que encontra fundamento anterior na capacidade que alguém tem de presenciar algo, ainda que no plano das ideias, de maneira epifanista, ter a certeza de que aquilo é plenamente exequível e prático. Roberto Shinyashiki, psiquiatra e escritor, afirma que “tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.” Para isso basta elencar e buscar as ferramentas adequadas, necessárias e as escolhas apropriadas para atingir o escopo.

Vale apena ressaltar que as ações advêm antes, no campo imaginário e, posteriormente, na realidade fática, nos ambientes externos e concretos através de obras voltadas a um empreendimento específico. Sigmund Freud, médico e psicanalista, dizia que “o pensamento é o ensaio da ação”. É inescusável se questionar, se indagar por diversas vezes para que então possamos gradativamente, formatar o que se almeja, na obtenção das respostas e conjecturar os novos ideais. Não é teminante entrar em revulsão se, por ventura, a concepção não chegar de imediato ao resultado final pretendido. Todavia é indispensável esta caminhada racional, atravessar vieses, absorver mais e mais as informações para que essa se complete na atitude e na implicação finalística acalentada. Todos nós somos humanos e podemos ser super-humanos na fé, na determinação, no ideal, no cultivo de valores sóbrios e eficazes para um trespassar sensível e perceptível nos ambientes que vivenciamos e que edificamos.

Compreendemos que para completar uma tarefa e conseguir o que fora desejado, será necessária uma preparação ímpar, anterior do ser e bem abalizada. O pensador e filósofo chinês, Confúcio, nos alerta que “em todas as coisas o sucesso depende de uma preparação prévia, e sem tal preparação o falhanço é certo”. Provavelmente muitos não se resolvem porque não desenvolvem a persistência necessária, o otimismo, a determinação e o foco na atividade. Muitos se abdicam, quando as dificuldades estão se aproximando e preferem evitar determinadas preocupações iniciais a vislumbrar o grandioso epílogo que está porvir. Talvez, hoje, alguém esteja frustrado por não ter conseguido terminar um projeto, por não haver trabalhado com as ferramentas certas e convincentes. Por outro lado há uma gama de valores, informações, orientações, que devem compor o homem para que ele possa ascender juntamente com sua proposta o mais alto que puder. Uns querem subir, mas têm medo de altura, outros querem nadar, mas têm medo de se afogar, alguns querem salvar pessoas, mas têm medo do fogo e do perigo. Há um grande embate emocional, conceitos que não se pacificam na mente e causam um grande temor, impedindo que o indivíduo abata as suas barreiras interiores e toque o amplo efeito delineado.

Vale dizer que nada é maior que a capacidade que o ser humano tem de se superar, de atingir altos níveis de sobriedade, discernimento, inteligência e sabedoria. É primordial que estejamos fortalecidos, dispostos e que busquemos a crença inabalável em nós mesmos e em Deus para não nos perdermos. O líder indiano, Mahatma Gandhi, exclamou certa vez: “aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo”. É essencial enxergarmos as barreiras como oportunidades de evolução, de aperfeiçoamento, de ganho de energia e desenvolvimento de forças imprescindíveis para uma alto-superação. Observemos as crianças na inocência e na grande vontade de fazer; dediquemo-nos a sermos adultos, maduros, equilibrados e cada vez mais prontos para desbravar novos percursos. E o que ainda está obscuro, seja absorvido para que impere a luz de uma inspiração, para a visão do melhor que há à frente; que a predisposição ao agir esteja intrínseca, para que não seja qualquer obstáculo capaz de desfazer em nós toda essa corrente de energia que está voltada a realizar o bem maior a si e aos outros.