A OVELHA PERDIDA
Ser grato com a vida é algo que nos faz enxergar mais longe, além do horizonte. Tudo no universo está interligado: matéria, intelecto, espírito, força, etc. Quantas vezes já pensamos em desistir de nossos propósitos, mas uma grande vontade de permanecer e continuar ascendeu nosso moral e conseguimos ir ainda mais, superando barreiras, ultrapassando limites que apenas nos prendiam, pois ainda não sabíamos o quão grande era a energia que habitava em nosso ser. Segundo o filósofo grego, Epicuro, “as pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”. Nesse alinhamento, diante de cada acontecimento diário adotamos uma postura imediata como resposta, emitimos um feedback, somos lidos e sentidos, somos observados e colocados à prova, à frente de cada situação, como aquele que não foi derrotado pelo cansaço, pelo pessimismo, pelo desânimo alheio, contudo demonstrou com coragem, astúcia e perspicácia, o verdadeiro valor de quem se é.
É incrível como em momentos oportunos podemos nos surpreender com nossas próprias ações, com nossas atitudes perante o meio e perante as pessoas com as quais dividimos o ambiente. O filósofo Platão assevera que “devemos tentar mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo”. Muitos de nós temos inclinações para as vontades do corpo, outros têm apegos com as questões do espírito, com as afinidades de um algo mais que possa imergir no universo, do não cessar, do querer saber sobre o que vem por aí e professar resultados de glória. Somos nós que construímos a história, que vertemos as perdas em lições cotidianas para uma vida pautada em princípios elementares e que nos fazem depreender que não podemos viver com lágrimas superficiais, que enchem nossos olhos e nos fazem submergir a visão sobre tudo o que há de nefasto.
O que nos apanha é o poder de pensar, refletir e agir. É essa capacidade que a ação tem de nos levar para a vanguarda e inferir que em todas as conjugações temporais podemos nos ver ainda melhores e mais adeptos ao que é bem-sucedido e bom. A escritora e ativista política francesa, Simone de Beauvoir, nos escreve que “o presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação”. Ainda assim essa imagem formada primeiro na mente é o resultado que se está conspirando. O passado está na mente, o futuro está no pensamento, todavia o presente está no ambiente que nos cerca, ele está agora se formando, formatando, volvendo, transformando o bem-querer em existência após a morte, em construção após a guerra, em esperança após uma catástrofe. Toda a vida pode ser espontaneamente melhor aproveitada se cada passo não for dado em falso e sim sensível ao outro, ao que está à frente.
Então ser grato é saber absolver o que há, é filtrar a situação para uma resposta mais límpida e clara; é não ter vergonha de ser, mas respeitar as diferenças e o espaço de cada um; é congregar a gente em uma intenção melhor, mais ordeira, mais recheada de harmonia, de tranquilidade, que não somente sacia, mas que nos faz sempre ir adiante para o melhor que sempre pode haver. Quem está conosco e quem está só, onde está a ovelha perdida? Disse Jesus “das ovelhas que meu Pai me confiou, nenhuma se perderá. Alguém irá junto para resgatá-la do mal? Esse é o espírito de determinação, de paz, de afetividade e de irmandade dentre as equipes. Esse é o espírito de amor que desce sobre nós se soubermos abrir as portas sem nos espantar, sem nos desmedir. Tudo se dará naturalmente. Dê a resposta ao mundo que ela retornará a você ainda mais clara, mais vivificada e súpera. Quer tentar ou vai ficar parado aí? O mundo é dos que agem, dos que fazem acontecer, de quem anda e de quem sabe qual é o seu caminho!