NOTICIÁRIOS POLICIAIS E SEUS EFEITOS NOCIVOS
 
A imprensa, noticiosa de casos macabros do cotidiano, atormenta o espírito da pessoa humana e para tanto usa o farto material  chocante da desgraça e miséria moral da humanidade; assim procedendo,  nos retira a graça e a esperança de um mundo melhor.
 
Assistimos,no recesso do lar, triste sequência de cenas que mostram crianças abandonadas, maltratadas, sujas a derramarem lágrimas pelos olhos, mas produzidas no coração; assistimos, com o foco da câmera ofuscado, vultos de recém-nascidos abandonados em lata de lixo; assistimos a desgraça de assassinatos e as absurdas justificativas dos criminosos, às vezes com sorriso nos lábios; constatamos, ao lado de nossos filhos, de netos e de parentes, crianças de 5 a 10 anos de idade, matando os semelhantes, sem saber porque o fazem; enfim, assistimos a todas essas notícias, muito bem elaboradas na encenação dos apresentadores. Estes, diante de qualquer falha técnica dos auxiliares, esbravejam e se portam como comandantes de um exército sanguinário que parte para a matança.  
 
Como se disse, há farto material noticioso e verdadeira disputa de apresentadores e apresentadoras em tomar para si a melhor fatia da desgraça, encenando tristeza e gestos, na maioria das vezes voltados ao verdadeiro desejo de se transformarem em ícones para o público. No entanto passa sem percepção de que, concluídas as palavras noticiosas e os gestos tresloucados, nada, absolutamente nada é mudado em relação aos fatos. ; No entanto, em relação ao egoísta apresentador, em regra vaidoso,  preocupa-se este com sua performance diante do público, sua posição na mídia. Um prêmio de melhor apresentador é a meta que cintila na sua mente.
 
O que pensar da projeção negativa das notícias, em relação a quem as assiste?
 
De que maneira o espírito de cada ouvinte, de cada leitor de cada telespectador guardará as vibrações negativas recebidas?
 
O ser humano é o que pensa e seu coração está nos seus pensamentos, de sorte que será ele a criatura de seus pensamentos. De modo geral pensa-se na vingança, na eliminação dos desafetos sociais do grupo e, quase sempre, na pena de morte.   É nesse ambiente, criado pelo pensamento e pela influência da mídia do holocausto, que as pessoas passam a viver e é nesse ambiente que está o coração de cada um. Aliás, foi nesse ambiente que, consultado o povo que ouviu as notícias do Sinédrio, quando da narração dos feitos de Cristo, esse mesmo povo construtor de maus pensamentos, decidiu pela morte de um homem puro e abençoado.
 
Esse mesmo povo, quanto a forma de se conduzir em sociedade, está vivo e bem presente, na audição do Sinédrio da imprensa falada e escrita. Esse mesmo povo, quanto a forma de se conduzir em sociedade, gritará por vingança com diluição de ódio, contra qualquer um que se tornar objeto de notícia da desgraça.
 
Para esse povo, que viveu no passado, no presente e viverá no futuro,  envia-se a mensagem que segue adiante, recebida do Plano Superior e sob os princípios morais Divinos, porquanto o ser humano está a buscar trilhas perigosas para si próprias, as quais, certamente, o conduzirão ao sofrimento, à tristeza, à desilusão e à total falta de esperança quanto à vida futura.
 
Nesta mensagem, tudo começa com a vida manifestada no nascimento. No momento em que o espírito, ou alma, em decorrência do ato de fecundação, entre homem e mulher, assume um corpo humano, formado e constituído de acordo com as circunstâncias biológicas, proporcionadas pela natureza do planeta terra, com a finalidade de auxiliá-lo no aperfeiçoamento moral.
 
Ao se estabelecer a conjunção corpo/alma, o progresso dependerá das condições do organismo humano da mãe, em relação ao desenvolvimento de um ser que será livre e independente, mas, ocasionalmente, ainda dependente das funções orgânicas da genitora a quem se liga pelo cordão apropriado.  Observe-se que sequer a ciência nega o princípio da relação formada por um cordão vital, sem o qual a vida uterina não poderá se desenvolver naturalmente. Tampouco nega a necessidade de, com o nascimento, libertar-se o novo ser mediante corte do cordão umbilical, sem o que não haverá separação para que cada qual cuide de sua trajetória.
 
Se não houver obstáculo, ou algo que impeça o desenvolvimento natural do ser uterino, algo que possa exigir intervenção da medicina, cujo resultado é imprevisível, se não houver algo, dizia-se, o nascituro virá à luz.
 
Vindo à luz, o novo ser, então conjugado na relação corpo/alma, ainda sem traços definidos, percebe a troca de ambiente e fica à mercê da natureza, sob a administração da mãe (higiene, alimentação e amor). Esse novo ser poderá surgir por meio de encarnação ou por meio de reencarnação. Não é possível determinar se veio à luz como encarnado, mas poderá se constatar se veio como reencarnado.
 
Uma mulher que, comprovadamente, não poderá gerar filhos, por causas orgânicas, sem explicação plausível, em determinado momento, poderá ficar grávida e gerar um ser com sérias deficiências orgânicas. Essa é uma forma bem explicada para a encarnação para cuja vida se reserva o início de um longo caminho de aperfeiçoamento do ser.
 
Informações passadas a Kardec, vinda de dimensões mais aperfeiçoadas do que a nossa dimensão terrena, dão conta de que, com a encarnação, o ser vem ao mundo, ignorante, atrasado, com dificuldades de aperfeiçoamento, porém sem que se retire a possibilidade de crescimento espiritual.  Esse esclarecimento casa bem no exemplo acima formulado.
 
Mesmo os reencarnados, que já caminharam por trilhas passadas, vencendo ou não os percalços da vida, não conseguiram, ainda, vencer a forte atração que sentem por ação inexorável do organismo material, orgânico, formado pela natureza, quanto à estrutura do ser. O liame entre corpo e alma é tão tênue que esta, sob a forma perispiritual, quase sempre é vencida pelos prazeres breves do pensamento. Pensamento de que comer muito é satisfativo; pensamento de que o sexo deve vir em primeiro lugar; pensamento de que se é melhor do que o outro; pensamento de que o poder traz tranquilidade e supremacia; pensamento de que o trabalho atrapalha a liberdade de viver; pensamento de que há sofrimento que envolve o semelhante, mas é melhor que esse sofrimento fique onde está. Enfim, o perispírito, à medida que toma consciência do que é a forma humana diante dos prazeres imediatos da carne, os quais devem ser superados por meio de sacrifícios necessários para se alcançar a vida eterna e para cujo desiderato houve a reencarnação, orientam o livre arbítrio para direção não correta.
 
Não há religião que negue o fato de Jesus ter tratado, exclusivamente, da vida eterna; portanto, a vida bem diferente da vida não eterna, ou seja da vida da carne, limitada e mortal.
 
Jesus comparou a vida eterna como base de Deus; a vida material, de outro modo, como condição para o progresso indispensável à vida eterna. Explicar essa realidade com palavras era algo muito difícil mesmo para Jesus, porque, na condição de homem, filho do homem, não lograria se fazer entender essencialmente. Por essa razão usava do instrumento das parábolas e, nesse sentido, ao tentar mostrar que o Reino de Deus é algo que não se compara ao falso reino da terra, com suposta riqueza e poder, esboçou  a parábola do jovem rico.
 
Conta-se que um jovem rico perguntou a Jesus quais atos levariam à vida eterna.  Com sabedoria Divina, Jesus recomendou ao rapaz que obedeçesse aos mandamentos de Deus. Quando o jovem responde que já os observava com toda a atenção, Jesus acrescentou: “ «Se queres ser perfeito, vai vender tudo o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem seguir-me.» (Mateus 19:21).
 
O jovem, de sua parte, não conseguiu libertar-se do poder temporal dos bens terrenos e mesmo dos prazeres da vida efêmera e foi embora muito triste com a absurda (para ele) recomendação.
 
O fato permitiu que, diante da evidência da reação do jovem, tornou-se possível demonstrar que o  Reino de Deus é a espiritualidade liberta, tal qual o é o desprendimento do espírito em relação aos desejos da carne. Nestes desejos estão aprisionados os pensamentos egoístas e carnais. No Reino dos Céus, não. Para ensinar essa verdade, Jesus, comparou um grosso cordão de fibra de camelo e uma estreita abertura de agulha e  disse : “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Pois mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus» (Lucas 18:24-25)
 
A palavra riqueza, o desejo de riqueza, diz tudo e explica o comportamento da raça humana no planeta terra. Comportamento esse que revela desejo de poder, desejo de preferência em relação a tudo que possa satisfazer a vontade humana, desejo de saúde, desejo de ostentação enfim todos os desejos que, escondidos dentro do ser humano, esperam o momento de descuido para atacar.  As leis Divinas, ou seja as dez leis fundadas em dez princípios naturais, portanto Divinos, não vigoram, de fato, no seio da humanidade, mas, por natureza, regem a verdadeira vida, a vida do espírito. No comportamento humano, estritamente preso às vontades egoístas, usam-se até da desgraça alheia para conseguir sucesso, ostentação sem qualquer preocupação com a verdadeira caridade.  Mostrar o crime, a desgraça, o sofrimento e recomendar remédio nas mesmas proporções, isso tudo não é caridade, não se amolda às Leis divinas.
 
A propósito das Leis Divinas, Kardec, no Livro dos Espíritos, na questão 619, ao mencionar a possibilidade de conhece-las, assinala o seguinte: "Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, hão de compreendê-la, um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue."
 
Estas são as leis das quais a força da natureza orgânica do ser humano busca afastá-lo, durante a vida terrena, dos princípios que norteia a verdadeira vida transcendente e única para se chegar à eternidade de Deus: Lei de adoração, lei do trabalho, lei da reprodução, lei da conservação, lei da destruição, lei do progresso, lei da igualdade, liberdade, e os três princípios fundamentais: justiça, amor e caridade. A caridade é a mais expressiva lei Divina.
 
O primeiro ato de caridade revela-se no cumprimento do dever de educação familiar, moral e espiritual dos pais em relação aos filhos, especialmente na primeira fase da vida, até aos 7 anos.  Se não se cumprir essa exigência Divina, para o bem, a criança não aprenderá a exercitar, de forma correta, o livre arbítrio, responsável por consequências boas ou más.
 
No mundo há milhões de crianças, cujos pais, descumpriram esse mandamento fundamental e o resultado é descrito nos noticiosos da mídia, muitas vezes por quem ainda não aprendeu a enxergar as demais leis mencionadas nesta mensagem.
 
Se uma infância se perde por negligência familiar quanto à orientação de cuidados com o corpo, saúde e conduta e quanto à formação espiritual voltada ao AMOR de Jesus, perdida está uma MORADA do Reino dos Céus.  Perdeu-se por culpa de quem, na condição de espírito habitante do corpo de um pai, descuidou-se de si próprio e dos deveres para com a Ordem Divina.
 
A consequência da omissão será a vinda de sofrimentos, lamentações, choros, blasfêmia, revolta e ataque à sociedade de modo geral, quando não atos de agressão social (alcoolismo, drogas, sexo e tudo o mais que a imprensa noticiosa mostra, insensivelmente).
 
As considerações mensageiras aqui expendidas não escapam às preocupações mediúnicas e, na maioria dos casos, manifestam-se na forma de obsessões, provenientes de atos desta vida (negligência dos pais, por exemplo) e de atos de outras vidas.
 
Por essa razão a ciência da mente não consegue explicar, de forma objetiva, os desânimos e as frustrações das expectativas passadas mal preparadas.
 
No pouco             que foi dito nesta singela mensagem, porquanto há muito para ser considerado, insiste-se na aplicação da Lei do Amor, da Justiça e da Caridade. Insiste-se na reforma íntima, raciocinada e não dogmática, insiste-se que a melhor orientação que consulta à paz de Jesus, é encontrada no Evangelho de Jesus, adequadamente codificado na Doutrina Kardecista e muito bem ilustrado nas obras de Chico Xavier, pessoa iluminada que, ao longo de sua trajetória de solidariedade humana, adotou, como hóspedes do coração, as palavras Jesus e Amor.  Que a paz de Jesus esteja conosco.

 
aclibes
Enviado por aclibes em 14/10/2016
Reeditado em 16/10/2016
Código do texto: T5791674
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