DONA DO INVÉS NORMAL
DONA DO INVÉS NORMAL
Era verdadeiro era puro e sincero
era respeito demais pra deixar
alguém permitir minha sombra
se quer subir nas alturas
e ficar descobrindo canções
era uma tristeza que busca felicidade
uma doença a procura de saúde
e criando a estória mais perfeita
pra de caso com um encontro possível
ter a plenitude depois de amarmos
esperei sozinha até tão tarde
entendendo que amava mesmo ele
por fazer dele minha parte conquista
aquela parte que não deseja nunca
um momento se não todos os movimentos
sempre juntos entrelaçados
os inventos do que grava na vista
na ficção que impressiona por querer
este belo jantar continuar sendo servido
de acertar meu corpo obsceno
violento tomando todo suor brotado
entre os meus e seus apelos colados
estávamos sobre a mesa vendo
nossos sentidos sentados
escolhendo onde der vontade
de morder um pedaço
uma parte uma arte pintando
sereia de tela por imagem
moldura-me de corpo inteiro
e o desejo derrepente apaga
no calmo silencio acima no topo
onde escondo uma mágoa ressentida
ela despe-me do prazer
que agora quero ter pra sumir um pouco
minha beleza diz a quem passa
ela de certo não tem ninguém
pela graça dos olhos tampouco
secretam lágrimas a um estranho
por desejar ficar no castanho
como amendoas não caladas
que ficam presas p'ra quando choro
no banheiro no canto escuro
quando escuto tudo sobre
a vontade deles encarando minha boca
se eu disser um sofrimento que tenho
vai parecer um caso de ontem
porque ontem tive um certo tempo
com o amor e foi tão belo verídico
que meus cílios seguram a violência
nascendo pedindo outro
que venha como louco e faça desaparecer
qualquer indício de rancor de agrado
que tenha ficado adorando-me
como algo sagrado
até mesmo os temperos misturados
de hoje pra sair são iguais
as cores e o rumo pensado
as tramas p'ra tocar ele pela pele
aquela pele que me desejou profunda
e teve o que inunda vestindo de amor...
...ainda está comigo...
pelo perigo que fria sobe e fica
pedindo que esquente de novo outro dia
posso usar da sabedoria
que a beleza nascida pode enfrentar
estes dias sozinha
algum dia o sol derrete os alpes
descendo pelas colinas
algum clima que saiba desejar
desistindo de me usar
e perceba que o sal está
além das marés iluminando
areias no inicio da manhã
não sou tesouro encontrado
nem mesmo uma ilha
sou completamente Atlântida
ofereço um segredo,
descubra?
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - Good Morning Heartache