Desabafos...
Era o clarear do dia o sol despontava alaranjado como vários dias eu tinha visto, sai da casa e vi em um tronco servindo de banco minha vó sentada, enlutada pelos meus tios e primos que se foram por causa da doença, ainda lembro vagamente a saída da Polônia, onde ainda no embarque nos contavam de uma terra em que o mel corria pelos troncos das árvores e existia uma riqueza abundante.
Ao chegarmos aqui só vi a fome e o frio como sinais de boas vindas, um calor insuportável que começara transformou muitos restos em um cheiro desagradável no ar.
Não lembro quando o primeiro morreu daquela doença terrível, mas logo muitas pessoas em cada casa já se contaminaram, e tempos depois faleceram em febre torturante.
Andei em mais umas casas velas acesas anunciavam mais uma alma, muitos já nem sabiam o que sentir tristeza, luto ou raiva.
Meus passos me levavam ao pequeno cemitério onde mais uma cova recém aberta iriam ser colocados mais dois corpos eu ainda tinha esperança que pelo menos meu nome estava escrito naquela cruz. A última frase que me lembro. “Não se preocupe amanhã você vai acordar melhor”