CULTURA - PREÇOS A PAGAR
Araçatuba Merece – foi sobre o que escrevi na coluna da última semana. Escrevi sobre a mudança que ocorrerá a partir do dia primeiro de janeiro do próximo ano, mudança que ocorrerá no Executivo de nossa cidade, mas no Legislativo – há algo a se pensar muito... Sobre o Legislativo falarei outra hora, pois é um assunto que tomará muito tempo: além de a sociedade pagar pelo que ela mesma fez.
Sobre os preços a pagar que escrevo hoje são sobre determinadas conquistas que os araçatubenses tiveram e, se não tomarmos cuidado, podem ir por água abaixo – no sentido mais popular. Li, outro dia aqui no Jornal, que algumas Secretarias poderão não existir no novo governo. Creio eu que algumas estão, de certo modo, ‘duplicadas’ (como disse um senhor com quem conversava esta semana) – e que realmente não devem existir. Mas a que me refiro é sobre a Secretaria de Cultura.
Todo Governo cita que a Cultura deve ser algo permanente – mas poucos fazem. Citam que não há verba suficiente para as ações desta Pasta – ou, pouca verba. Ou, ainda, como o governo atual, que cortou exageradamente as verbas desta Pasta. Fico aqui a pensar: depois de termos uma Secretaria de Cultura independente, voltarmos a ter um ‘Departamento de Cultura’, subordinado a outra Secretaria, seria o fim... Pregamos, lutamos por independência, por um Conselho Municipal de Cultura atuante, e retrocedermos, seria realmente o fim.
Há necessidade de cortes nos gastos, concordo plenamente, mas por que não começar por retirar os excessos das secretarias? Terminar com os ‘cabides’ de acertos políticos (digo, politiqueiros). Nas minhas reuniões, como secretário de partido, sempre preguei que política não é emprego – é algo passageiro! É uma função que, mais dias ou menos dias, passa. Temos que deixar uma marca na sociedade – uma marca positiva de governabilidade. Marca esta que, em todos os setores da sociedade, anos depois não será apagada, pois foi bem feita. E não depende de ocupar cargo político para se fazer política, para deixar a marca positiva na construção da sociedade. Quem ocupada cargo político está em maior evidência – é claro, mas também sofre pelos atos não feitos, ou mal feitos – como citarei nos próximos textos sobre o nosso Legislativo.
Temos que ter em mente que há diferença entre ser uma Secretaria de Cultura e ser um Departamento de Cultura. A Secretaria Municipal de Cultura é um órgão superior, subordinado diretamente ao prefeito e se constitui no órgão gestor e coordenador do Sistema Municipal de Cultura (é abrangente). Quando se trata de um ‘Departamento de Cultura’ quer dizer que está vinculado a alguma Secretaria – logo, corre o risco de não atender de prontamente os interesses da Cultura; pode ‘falhar’, ou, ainda, como alguns estudiosos citam: ‘quando a Cultura está junto com a Educação, ela é considerada de forma marginal, mesmo porque a Educação tem muito mais recursos e exigências legais que naturalmente acabam absorvendo o gestor’.
Estudos apontam que há maior visibilidade administrativa quando na cidade há Secretaria de Cultura (e não Departamento de Cultura), pois esta ajuda a fortalecer a imagem do Poder Executivo perante a população. E mais: do ponto de vista do Sistema Nacional de Cultura, os municípios que possuem Secretaria de Cultura mostram que a administração valoriza e dá importância a este setor.
Araçatuba Merece – Araçatuba não pode retroceder. Araçatubenses precisam estrelar neste espaço de chão, e daqui para os grandes centros culturais – precisamos de mais verbas, e não de cortes. Precisamos conquistar espaços, galgar degraus e jamais voltarmos ao passado, pois este nos mostra as glórias conquistadas e os erros que não devemos mais cometer. Prof. Pedro César Alves - http://professorpece.blog.uol.com.br / – professorpece@uol.com.br – 13/10/2016