Um Estado Social

Como nossas convicções podem nos levar a equívocos, quando mal assimiladas, e/ou não entendidas com o devido discernimento.

Fui convidado a concorrer a um cargo eletivo, o que me encheu de orgulho, correndo a preparar minhas propostas, que fielmente pretendia cumprir...se eleito. Estribando-me em interesses sociais , propus:

-estariam isentas de qualquer sanção, fosse ela pecuniária, civil ou penal, as transgressões no trânsito, cometidas por maiores de 65 anos; japoneses e senhorinhas dirigindo com telas de renda no decote de suas blusas. O Departamento de Trânsito vetou essa sugestão;

-Todos os aposentados receberiam férias, que seriam devidas, como se o trabalhador estivesse na ativa. A Previdência Social vetou essa sugestão;

-Todo o trabalhador, com mais de 65 anos, teria direito a uma Assistência Médica, particular, com o valor da mensalidade reduzido ao equivalente à mensalidade inicial do plano escolhido. A Assistência Médica privada vetou essa sugestão.

Tais proposições foram fundamentadas:

--O japonês, é sabido que, geneticamente, não dirigem bem; o homem com mais de 65 anos tem seus reflexos, compreensivelmente reduzidos, e a senhorinha com blusa decorada com uma tela de renda...é tão bonitinha;

Enquanto na ativa, o trabalhador paga todos os impostos devidos em seu período de férias, portanto, depois quando aposentado, deveria continuar a receber as merecidas férias, previamente pagas, durante toda a vida útil do funcionário, em forma de tributos;

-A Assistência Médica, para um trabalhador acima dos 65 anos, com um custo mínimo, deveria ser entendida como um pilar do Estado Social.

As propostas foram rejeitadas; minha candidatura foi rejeitada, meu título de eleitor foi cancelado, e eu levado de volta à Casa de Repouso; afinal foi em consenso que chegaram aos vetos... sim, por unanimidade.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 12/10/2016
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