Estar diante de uma página em branco é tão frio, é tão vazio e cruel que fico a me perguntar sobre a vida. O quanto frio e cruel deve ser olhar para o seu dia e ver uma página vazia? Ou será desafiador?
Amanhecer ouvindo os pássaros piarem e os pombos grunhirem e ter o seu dia programado para tantas coisas e, de repente, como se um escritor impassível e frustrado interrompesse o dia, como se estivesse deletando ou rasgando toda a página e começasse a reescrevê-la transformando o seu dia em algo totalmente inesperado.
Pior ou melhor, não se sabe antes que o dia transcorra ou que o que se discorra o texto, o escritor é você mesmo, sou eu e, às vezes, nós. Esse nós é que é o complicado, pois pode acontecer do co-escritor entrar em conflito com a narrativa, com as personagens... Ele rasga ou deleta a página e o escritor fica vazio novamente de sua própria autonomia, de suas próprias ideias, de sua própria história.
Poderá o escritor ser guiado pelo seu outro por um mundo mágico e deslumbrante, mas poderá ele ser mundo trevoso e dolorido. Assim como o texto que se discorre na página em branco, ele poderá ser deslumbrante ou terrível, interrompido, reescrito, ou simplesmente seguido conforme o planejado.
Poderá o escritor ser guiado pelo seu outro por um mundo mágico e deslumbrante, mas poderá ele ser mundo trevoso e dolorido. Assim como o texto que se discorre na página em branco, ele poderá ser deslumbrante ou terrível, interrompido, reescrito, ou simplesmente seguido conforme o planejado.