MINAS EM PEDAÇOS
Oh! Minas Gerais
Minas doces e boas demais...
Tenho cortado e retalhado Minas, do Sul para a Capital, de lá, para o Norte, vale do Jequitinhonha. Visitei a Serra da Canastra onde nasce o velho e eterno Chico. Andei pelos centros e Vales do Aço, Serra da Mantiqueira, subidas e descidas. Ouvi sotaques variados, os do Juiz de Fora que pendem para o Carioca, os do vale do Jequitinhonha, na mamolência nordestina. Os muito particulares dos Belorizontinos, onde se emenda uma palavra na outra, engolindo algumas silabas. Tem trem para tudo.
- Para mulher bonita e formosa “ trem bão só!”.
- Para cisco "Caiu um trem no meu zoio".
- Lá trem é outra coisa "Ajunte os trem que a coisa tá vindo". (ai a coisa é o trem que no Brasil conhecemos).
- Para qualquer coisa encrencada "Este trem num funciona".
- Quando a coisa saí do trio num tem jeito.
Só não se usa “trem” para trem mesmo, aquele de ferro que anda em trilhos, aquilo em Minas é "coisa".
No sul e no triangulo confunde-se com o “sultaque” dos paulistas.
Confirmo o que o velho poeta poetizou “Minas são Muitas”.
Viaje por Minas sem pressa, com tempo para uma boa prosa com os vendeiros.
Gostaria de recomendar algumas paradas àqueles que querem conhecer um pouco de Minas Gerais.
Não pare nos "GRAAL" isto é coisa de paulista e gringo, nada tem a ver com Minas. Pare na Venda do Chico para tomar lanche, comer broas, biscoito fofo, pau a pique e experimentar uma cachacinha com canecas esmaltadas, para aquele que não estiver dirigindo. Ouvir os passarinhos cantando, ou se na hora do almoço, pare no restaurante do Chico, que fica a 100 metros da venda, lá tem linguiça, frango ao molho pardo, filé de tilápia, costelinha de porco, doces em pedaços, tudinho a preço mineirinho, nem alto nem baixo, no preço justo. Isto até eu divulgar aqui, pois a demanda deverá aumentar muito quando os vinte e cinco meus leitores começarem a frequentar lá.
Temos ainda no km 671, logo após a ponte do rio Grande, em frente ao GRAAL , a venda de Albertino e Heloísa, vale a pena, pastel de fubá, cachaças de todas as localidades de Minas, doce de goiabada cascão, queijos variados, almoço mineiro e preços módicos, um bom papo com os donos. Um bando de canários da terra livre em volta, só isso, para quem gosta, vale a parada, ainda a simpatia do casal vai de quebra.
Mais à frente 100 km, temos dos dois lados da Fernão Dias a famosa Vaquinha, um lugar que antigamente, e acho que ainda hoje, é possível tomar leite tirado direto da Vaquinha de raça Jérsei, tem até uma feirinha lá que você pode comprar produtos orgânicos da melhor qualidade.
Por toda estrada vocês verão pontos de venda de queijos, não os conheço, exceto um bem próximo da divisa com o estado de São Paulo, é o Laticínios Camanducaia, bons queijos e doces de goiabada cascão, mais ou menos no km 925.
Em épocas das jabuticabas veem –se os vendedores destas pela estrada, a 100 km de BH, são de ótima qualidade, em fevereiro os vendedores de marolo, você não conhece, não é? Até o corretor do word estranhou. É uma fruta parecida com pinha, maior e de gosto mais forte, que dá um excelente doce quando misturado com doce de leite, mas cuidado, você pode não gostar, tem que ter tradição neste sabor, ou então pode acontecer de se viciar.
No frio, depois de Pouso Alegre de quem vem de Belo Horizonte, encontram-se muitas barracas de venda de morangos, fresquinhos, pois são dali mesmo. Morangas, réstias de alho, redes artesanais, encontram-se ao longo da estrada. Minas Gerais é isto e muito mais, com sua rica culinária. Vocês ainda poderão ver "Mares de Montanhas".
Vá sem pressa. Em Minas o tempo não conta. É como na pesca, cada dia por lá não é descontado da sua fieira de dias, gera crédito.
Retornem-me se aprovaram as minhas recomendações.
Um beijo doce dos doces de Minas.