O que é a crônica?

Chegou o jornal nas bancas... Por muitas vezes pegamos nas mãos correndo os olhos de cima a baixo observando as notícias que mais chamam a nossa atenção e atraem a nossa curiosidade. Observamos título por título a procura de algo bom para ler. Dependendo do momento do país, o noticiário é composto por escândalos políticos com bastante destaque na capa. Em outros casos há aquelas notícias que exaltam os campeões da vez como no caso dos esportes. Mas também em muitos casos (maioria) aquela notícia banhada de tristeza advinda de uma investigação motivada pelo acontecimento de um crime hediondo e que pelos infinitos roubos e assaltos não escapam a nossa vista, é impossível não ver. Não basta tomar conhecimento sobre as barbáries nos telejornais, o jornal impresso também faz este serviço, pois infelizmente é preciso.

Então, folheando entre a segunda ou terceira página de repente encontramos a crônica. Este é um gênero considerado híbrido justamente por mesclar vários estilos de escrita. Mas ninguém sabe ao certo defini-la. A crônica pode ser lírica (relatando nostalgia e sentimentalismo), humorística (fazendo graça com o cotidiano), crônica-ensaio (fazendo críticas sobre relações sociais e poder), filosófica (refletindo a partir de um fato), jornalística (apresentando aspectos particulares do fato em destaque), poética (versos poéticos expressando sentimento sobre o assunto), narrativa (discorrendo sobre qualquer fato do cotidiano). Enfim, a crônica somente é interpretada como sendo um tipo de texto difícil de ler por aqueles que nunca leram.

Cada cronista define a crônica de uma maneira. Cecília Meireles, Rubem Braga, Machado de Assis, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Paulo Mendes Campos e outros grandes escritores usaram a crônica de diferentes modos. E agora uma nova geração de escritores amadores e profissionais leva a diante o legado dos mestres acima, é claro, sem nenhuma pretensão de superá-los.

Por fim, sabendo que se a definição do gênero crônica fosse realizada por cada grande cronista da história, seria certamente poesia aos nossos ouvidos. Diante disso, cabe deixar a minha pequena, simplória e humilde definição: "A crônica é prazerosa e indispensável - um texto que faz o jornal sangrar menos quando amassado entre os dedos".

Anderson Abraão
Enviado por Anderson Abraão em 11/10/2016
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