Ela não sabia
De salto alto, nariz arrebitado
Chapéu de pompa, sem rosto amostra,
Vestindo sua pele de raposa
Esbanjando cheques, bem me quer mal me quer
Foi assim que a vi pela primeira vez.
Fora comprar uma propriedade minha
Chegou de motorista e óculos escuros Givenchy.
Falava mais que todas palavras juntas.
Do alto de sua altura que já era alta
Se percorria minutos de observância
Não que se possa desaperceber
Mas existia em si uma mulher por detrás.
Ela não sabia
Mas surgia uma amizade infinita
Que nem montanhas e percalços
Poderia remover o que se enraizava
De um cheque não concluído...
(Foi se descobrir que era sem fundo)
Criou-se algo eterno:
Uma vida pouca
Para sempre ainda ...