Hamlet - Shakespeare
Hamlet é desses livros que jamais se pode esquecer. É obra para ser ensinada, é obra para ser representada, é obra para ser recontada todos os dias, em todos os momentos. Primeiro, porque é literatura primorosa e fantástica. Bem escrita. Segundo, porque traça o drama humano, genial, daquilo que nos faz verdadeiramente humanos: o amor e o ódio.
À luz do pensamento de Freud, pode-se assemelhar Hamlet à Édipo, visto que o príncipe Hamlet revive o ódio e amor de todo pequenino menino pelo próprio Pai. Claro, aqui, nesta obra, há também o amor, pois Hamlet quer vingar a morte de seu Pai, feito pelo seu tio, e irmão de seu pai, Cláudio. O ódio de Cláudio também é um ponto central a ser analisado nesta peça. Mostra os conflitos que existem entre os irmãos. Todo irmão tem uma "pontinha" de inveja do outro. Dependendo da maneira, esta inveja pode virar algo maldido, a ponto de, como traçado por Shakespeare, Cláudio matar o próprio irmão para assumir o trono e ter sua mulher.
O fantasma do rei morto, assemelha-se aquilo que se chama de Superego, e mostra como as expectativas de Hamlet, ao ver o fantasma de seu Pai, lhe mostram como ele deve agir daqui para a frente. Sua conduta, sua retidão, sua honestidade, e, claro, sua Ética, baseada não no moralismo que ausenta a agressividade, mas naquela verdadeira ética que impõe a punição da morte aos traidores, é belamente traçada neste livro. Uma peça genial!