Casa Mineira
Casa mineira, velha, cheia de gente.
Delícia de família!
Delícia estar em família!
Ditim passa correndo. Candoca grita:
- Mãããããe, já cabeeeeei!!!
Zilá sai correndo pra limpar a filha, mas aflita pra não perder nenhum pedaço do caso de Toinha.
- Ô Toinha, peraí! Já tô voltanu! Quero saber tudo tintim por tintim!
E Candoca grita de novo:
- Ô mãããe, vem looooogo!!! Meu bumbum já tá duenu de ficá aqui sentada!
Ditim passa correndo de novo, dessa vez no meio das nossas pernas, e logo atrás vem o Marquim fazendo cara de monstro e falando grosso "eu vô ti pegáááá!"; e a cada fala grossa, um grito agudo do menino!
Vovó dá sinal de vida.
- Fica quietu mininu! Que diacho! Pára com essa correria! Num tá venu que a Toinha tá contanu um caso?!
E o menino "nem aí", some de novo pela porta do quintal com Marquim atrás que, graças a Deus, já dá sinal de cansaço. O menino? Esse tem fôlego que dura até ninguém mais ter cabeça!
- Num sei que agitação é essa que esse mininu arruma! Santo Deus! Parece que tem furmiga na bunda! - e Zilá suspira olhando o menino pra lá e pra cá; traz no colo Candoca, que olha o irmão e morre de rir!
- Mãããe, Ditim caiu!
Toinha tem que interromper o caso de novo por causa do grito do menino, que agora berra que nem bezerro desmamado:
- Mããããããe, maaaaaaaaaachuquei meu machucaaaaaaado!!!
Zilá, já rendida, corre pra socorrer o garoto, e sua voz vai sumindo:
- É Toinha, depois cê mi conta u caso ôtra veiz! Lá vai eu ficá sem sabê como o Candim finalmente consertou o rádio... eu nunca fico sabenu o final das história.
Vovó sorri e diz:
- È só fase, minha filha! Daqui a pouco é ocê que tá contanu us caso e eles é que vão tá correnu atrás dos seus neto... liga não!
É... vovó mais uma vez tem razão! E no fundo, no fundo, tudo isso é mesmo uma "dilícia"!
(em 29.11.2012)