A Capital Federal - Artur Azevedo
Uma bela peça, que mostra como era o Rio de Janeiro no início do século passado. Artur Azevedo, retrata através de uma comédia, suave, a influência da cultura parisiense na aristocracia carioca. Mostra os valores ainda fortemente classistas, em que as mulatas queriam ser livres, para arranjar um bom partido para logo terem uma casa e poderem virarem uma exímia dona de casa. Aliás, mais que isso, ainda não se podia esperar das mulheres daquela época. Os homens eram os guardiões da família. Havia fortes valores patriarcais. O nosso jeitinho brasileiro já apareceria, através da safadeza de seu Figueiredo, por exemplo, ou da esperteza de Gouveia, que queria um rabo de saia sedutor como Lola, mas estava se perdendo no jogo. A sorte de Gouveia, foi ter recebido o perdão de Eusébio - para mim, o melhor de todos os personagens. Um senhor íntegro, que teve uma queda por Lola, mas que não perdeu suas virtudes. Era sincero, engraçado, e "cabra macho". Além de um pai de família, cuidadoso e bastante engraçado.
Lourenço era outro embaraçado. Safado, fingido, um verdadeiro estelionatário. Era unha e carne, com Lola. No fim, ela ficou a ver navios.
Vale a pena ler esta comédia!