COTIDIANO
Dias atrás, a caminho do trabalho, distraído na poltrona do fretado vi algo que vou demorar a esquecer...
uma pomba! Só uma simples pombinha.
Dessas que todo mundo diz, transmite doenças. Emporcalha a cidade.
como se pássaros tivessem invadido a civilização.
Como se fossem as florestas culpadas pelas árvores ” enfeiando” o concreto.
muito bem...
Essa frágil pombinha estava perdida numa esquina. Olhei bem e vi uma de suas asas quebradas.
seu olhar triste chocou-se com o meu por um instante.
Vazio...brilhando lagrimas. – e quem disse que pássaros não choram?
Pensei nos predadores do dia a dia. Cães, gatos...HOMEMS.
Vi nela a angustia da impotência. “Um não saber o que fazer” diante da vida.
senti sua aflição com a solidão nesse mundo do concreto.
O fretado dobrou a esquina. Eu não sei o fim dessa historia.
Mas descobri que não existe diferença entre pássaros e homens!