Diário de Sonhos - #108: Amor com as Trevas
Sonhei que estava numa enorme e majestosa cidade à beira de um altíssimo penhasco. Era tarde e o Sol banhava a paisagem numa luz dourada e aconchegante. Havia outra cidade, há centenas de metros além, também sobre outro penhasco enorme. Minha amiga estava nesta outra cidade. Usávamos flechas com mensagens amarradas para nos comunicarmos.
Agora estou em algum quarto muito, muito escuro. Uma forma negra rasteja pelo chão até mim. Uma voz diz que aquela é minha amante. A forma salta e se agarra a mim. Sinto como uma sombra me envolvendo. Os sons ficam abafados e ouço uma respiração aguda, uma espécie de risada. O rosto da criatura, ou o que parece ser um rosto, fica bem na minha cara. Um sorriso diabólico. A voz diz que agora as coxas delas estão me envolvendo e nos amaremos por toda a eternidade.
Acordo. Ou estou no sonho. Não sei bem direito, essa parte foi bem confusa. Eu estava dentro do sonho, sabendo que era um sonho e que podia acordar, mas tentei resistir, tentei encarar a forma negra até ela ir embora. Ou então eu estava acordado, com a visão na minha cabeça, paralisado de medo e tentando acordar. Seja como for senti tudo sumir. Acho que desmaiei. Acordei. Estava na sala, tudo escuro. As janelas abertas e o frio da noite invadindo o ambiente. Estou confuso sobre o que aconteceu, e ao mesmo tempo tenho medo. Peço para a força divina que me envie alguém que eu consiga amar e que cuide de mim. Volto a dormir. No dia seguinte, logo pela manhã, imploro a esta mesma força divina que afaste todo mundo de minha vida e permita que consiga viver sozinho pelo resto de minha vida.
São Paulo, primeiro de outubro de dois mil e dezesseis.