Dia do Idoso
Há pouco mais de uma década, já me enquadro nesse atributo. Como o encaro com toda a naturalidade, já ia passando despercebido por essa data, primeiro de outubro. Entretanto, logo pela manhã, ao me dirigir a um Hipermercado, vejo lá uma comemoração, que julguei ser mais um aniversário daquele estabelecimento, relativamente novo no bairro. Ao ver os balões e os cartazes com mensagens de felicitações ao idoso, dali me aproximei e, já num tom de brincadeira, comecei a pilheriar com os meus prováveis contemporâneos.
Mesa farta dos mais diversos produtos para um “coffee break”, ali houve uma verdadeira confraternização entre os clientes e funcionários do supermercado e também uma espécie de marketing para o consumo, pois somos facilmente atraídos pelo paladar. Mediante um começo, queremos continuar. Ninguém desconhece a estratégia do vendedor de amendoim e castanha. Ao oferecer-nos uma pequena porção para degustação, quase sempre somos levados a comprar um pouquinho mais. Não é uma estratégia única das vinícolas. Por outro lado, naquele supermercado, naturalmente sob a orientação de um nutricionista, tudo estava compatível com a alimentação saudável para a faixa etária que se comemorava. Mesmo que alguns idosos não tenham essa consciência alimentar, acho que o marketing foi bem direcionado.
Foi exatamente a partir de quando me enquadrei nessa condição, aliado também à condição de aposentado, que passei a viajar por esse mundo afora, como turista, acompanhado da também aposentada e já com esse atributo, mas que, desde a nossa jovialidade, sempre pisamos juntos, o mesmo chão. Por uma questão de capricho, visitamos todas as capitais brasileiras, com o fim de quebrar o tabu da incoerência turística, o de priorizar o exterior em detrimento do Brasil. Esse despertar me surgiu quando percebi que não conhecia a nossa maior metrópole brasileira, São Paulo, e já tinhamos ido a Londres e outras capitais europeias, por mais de uma vez. E tudo isso já na condição de idosos, sem jamais termos sentido um mal estar nas viagens.
O segredo?
Só pode ser o cuidado com a alimentação. Se não conheço a comida exótica, fico com a trivial. Idoso sim, doente não.