NAO ME IMPORTO COM OS BRASILEIROS
corrupção, descaso, roubo, falta de vergonha!!!!!!
Minha azia atacou, eu lia as notícias matinais na privada. Lugar perfeito para tanta merda: corrupção, descaso, roubo, falta de vergonha. O estômago repuxou. Pensei no povo:
- Desisto.
A azia provocada pela ansiedade de um Brasil melhor sumiu. Assim, magicamente, na hora que entendi que a responsável pela manutenção da própria desgraça é a população.
O voto, para mim, um anarquista, é a expressão da dominação oligárquica através do sistema democrático. Com a obrigatoriedade os cidadãos acabam concedendo a alguém a sua anuência ao governo. Numa sociedade basicamente analfabeta (para não dizer ignorante), as manipulações econômicas são evidentes. Resta aos instruídos e excluídos da pilantragem (claro) a triste aceitação passiva.
- Sim, passiva, senão me ataca a azia.
Contudo, conhecendo melhor o povo, vê-se que ele não é um Grande Otelo mas um Mané Garrincha. O Otelo mostrava-se malandro, fugia dos problemas por cima, porém deixava claro que só é feliz quem é correto. O Mané, em seus prazeres parecia abobalhado, gostava da simplicidade, mas era um sedutor arguto e beberrão incorrigível. Fingia-se tolo para ser perdoado. Dava um jeitinho. Igual ao povo.
A troca do voto por qualquer favorecimento pessoal é responsável pela existência da trupe de peraltas que urubuzam o estado brasileiro, restando aos cidadãos contentarem-se com as réstias da lavagem.
Mesmo a venda do voto em troca da comida, ainda esta, é um ato execrável. "Você come, mas condena seus filhos à fome" diria um sábio.
É a concordância com a roubalheira, a corrupção, a indolência, a hipocrisia dos governantes. É como se participasse de toda a libertinagem, porém, curiosamente, o espólio não surgisse, permanecendo nas mãos dos donos do poder. Nem a isso presta o povo: continua pobre enquanto enriquece os sacanas.
Em Atenas, o voto era comum a todos os cidadãos (homens, adultos e gregos), 2% da população. O resto, a plebe, esta permanecia sob o jugo dos democratas. O curioso é que os debates ferrenhos conquistavam quase metade das partes para cada lado, com o destino sendo decidido pelo decisivo voto de poucos. Assim, quase a metade (dos cidadãos, sem contar a plebe) deveria aceitar o que pouco mais da outra metade decidiu. Que raio de igualdade é esta que tantos devem aceitar o que poucos escolheram? Por que, aliás, todos devem ser iguais?
Talvez, nos tempos gregos, com a tecnologia do aço apenas, os filósofos não conseguissem vislumbrar uma sociedade em que cada cidadão tivesse sua importância baseada naquilo que ele devolve a esta sociedade em forma de trabalho, impostos, participação e outros fatores subjetivos. Será que este cidadão, hoje, após a revolução digital, deveria ser obrigado a aceitar a decisão de um grupo que pensa diferentemente de si ou, talvez, pudesse ter suas impressões respeitadas para seguir um curso paralelo?
A azia. Parei com tanta filosofia.
- O povo é burro. - Lembrei-me.
Ele jamais entenderia que tem nas mãos a capacidade para mudar o próprio destino. Nem tentaria explicar que a anulação do voto é a forma precípua de informar aos legisladores que não queremos mais este sistema formal e ultrapassado, além de execrar os candidatos partícipes da bandalheira pútrida do nosso governo. Me forcei, contudo, a aceitar que o povão não entenderia que simplesmente votando em pessoas desvinculadas de qualquer interesse corporativo eles alterariam o curso corrompido do sistema existente.
Sim, ainda sonho em ver os brasileiros colocando a própria gente nos cargos de relevância, para organizar esse trem pensando no bem de todos. Não quero mais ver o esfacelamento do poder pela simples incompetência dos governantes. Basta da corrupção de inaptos.
A azia.
- O povo é burro ou se faz de burro - Disfarcei para mim mesmo. - querendo dar um jeitinho...- Respirei fundo, tentei me controlar, mas acabei gritando: - a prova que realmente é burro!
Oras, não percebe que corroborando o sistema vigente jamais será patrão, nunca deixará de ser empregado.
- Não me importo com os brasileiros! - Menti em voz alta. Me senti melhor, mais calmo, o estômago ficou frio. Preparei-me para o dia e sai. Sem puxar a descarga, afinal, sou brasileiro: não me livro da merda.
fonte:site site www.gargantadaserpente,com.br(Mão Branca)
corrupção, descaso, roubo, falta de vergonha!!!!!!
Minha azia atacou, eu lia as notícias matinais na privada. Lugar perfeito para tanta merda: corrupção, descaso, roubo, falta de vergonha. O estômago repuxou. Pensei no povo:
- Desisto.
A azia provocada pela ansiedade de um Brasil melhor sumiu. Assim, magicamente, na hora que entendi que a responsável pela manutenção da própria desgraça é a população.
O voto, para mim, um anarquista, é a expressão da dominação oligárquica através do sistema democrático. Com a obrigatoriedade os cidadãos acabam concedendo a alguém a sua anuência ao governo. Numa sociedade basicamente analfabeta (para não dizer ignorante), as manipulações econômicas são evidentes. Resta aos instruídos e excluídos da pilantragem (claro) a triste aceitação passiva.
- Sim, passiva, senão me ataca a azia.
Contudo, conhecendo melhor o povo, vê-se que ele não é um Grande Otelo mas um Mané Garrincha. O Otelo mostrava-se malandro, fugia dos problemas por cima, porém deixava claro que só é feliz quem é correto. O Mané, em seus prazeres parecia abobalhado, gostava da simplicidade, mas era um sedutor arguto e beberrão incorrigível. Fingia-se tolo para ser perdoado. Dava um jeitinho. Igual ao povo.
A troca do voto por qualquer favorecimento pessoal é responsável pela existência da trupe de peraltas que urubuzam o estado brasileiro, restando aos cidadãos contentarem-se com as réstias da lavagem.
Mesmo a venda do voto em troca da comida, ainda esta, é um ato execrável. "Você come, mas condena seus filhos à fome" diria um sábio.
É a concordância com a roubalheira, a corrupção, a indolência, a hipocrisia dos governantes. É como se participasse de toda a libertinagem, porém, curiosamente, o espólio não surgisse, permanecendo nas mãos dos donos do poder. Nem a isso presta o povo: continua pobre enquanto enriquece os sacanas.
Em Atenas, o voto era comum a todos os cidadãos (homens, adultos e gregos), 2% da população. O resto, a plebe, esta permanecia sob o jugo dos democratas. O curioso é que os debates ferrenhos conquistavam quase metade das partes para cada lado, com o destino sendo decidido pelo decisivo voto de poucos. Assim, quase a metade (dos cidadãos, sem contar a plebe) deveria aceitar o que pouco mais da outra metade decidiu. Que raio de igualdade é esta que tantos devem aceitar o que poucos escolheram? Por que, aliás, todos devem ser iguais?
Talvez, nos tempos gregos, com a tecnologia do aço apenas, os filósofos não conseguissem vislumbrar uma sociedade em que cada cidadão tivesse sua importância baseada naquilo que ele devolve a esta sociedade em forma de trabalho, impostos, participação e outros fatores subjetivos. Será que este cidadão, hoje, após a revolução digital, deveria ser obrigado a aceitar a decisão de um grupo que pensa diferentemente de si ou, talvez, pudesse ter suas impressões respeitadas para seguir um curso paralelo?
A azia. Parei com tanta filosofia.
- O povo é burro. - Lembrei-me.
Ele jamais entenderia que tem nas mãos a capacidade para mudar o próprio destino. Nem tentaria explicar que a anulação do voto é a forma precípua de informar aos legisladores que não queremos mais este sistema formal e ultrapassado, além de execrar os candidatos partícipes da bandalheira pútrida do nosso governo. Me forcei, contudo, a aceitar que o povão não entenderia que simplesmente votando em pessoas desvinculadas de qualquer interesse corporativo eles alterariam o curso corrompido do sistema existente.
Sim, ainda sonho em ver os brasileiros colocando a própria gente nos cargos de relevância, para organizar esse trem pensando no bem de todos. Não quero mais ver o esfacelamento do poder pela simples incompetência dos governantes. Basta da corrupção de inaptos.
A azia.
- O povo é burro ou se faz de burro - Disfarcei para mim mesmo. - querendo dar um jeitinho...- Respirei fundo, tentei me controlar, mas acabei gritando: - a prova que realmente é burro!
Oras, não percebe que corroborando o sistema vigente jamais será patrão, nunca deixará de ser empregado.
- Não me importo com os brasileiros! - Menti em voz alta. Me senti melhor, mais calmo, o estômago ficou frio. Preparei-me para o dia e sai. Sem puxar a descarga, afinal, sou brasileiro: não me livro da merda.
fonte:site site www.gargantadaserpente,com.br(Mão Branca)