... e o voto!
... e o voto!
... e o voto que deveria ser a vontade de todos, não passa de um documento que legitima o desejo individual.
... e o voto que deveria ser o orgulho de um povo, é a vergonha nacional.
Não há nada mais sujo que o espetáculo político, no qual, todos prometem reconstruir as ruínas que os mesmo construíram e retirar da limbo a esperança do massa e conduzir a um belo horizonte. São tantas as promessas e sorrisos que podemos ver o siso extraído do candidato e seu riso comprado nas mazelas do povo. Ao povo, as batatas!
... e o voto é a legitimidade da ignorância!
...e o voto é a senha do cofre público!
Eu vou fazer! Eu vou mudar! Eu vou construir! A locução verbal prenhe de sentidos ambíguos e com desejos de viés.
Não há maior desgosto que olhar nas urnas as fotos daqueles que irão representar o povo. Todos com números e sorrisos; com sonhos e desculpas; com palavras e sentidos. Cada qual falando coletivamente e se organizando individualmente.
Quem tem mais, compra mais (votos)! O preço no mercado varia de acordo com a dificuldade de cada eleitor e os anseios de outros tantos. Nas estantes da democracia, o político compra o título de eleitor com o seu discurso prenhe de mudança e melhorias, mas, tudo acaba no dia seguinte após o pleito. E o eleitor volta à sua vida medíocre e passa mais alguns anos reclamando da sua escolha. Discursos viciados que se repetem anos após anos, ou melhor, eleição após eleição.
Viva o povo brasileiro e seus governantes!
Somos idiotas inocentes ou passivos? Somos brasileiros! Apanhamos anos após anos e ainda vestimos camisas e defendemos o que não tem defesa. Mas é a democracia!
Enquanto houver político, povoe esperança, o voto será barganha e a eleição o espetáculo esdrúxulo da democracia.
Mário Paternostro