E... TAM... TAM... TAM... TAM...
Nestes dias, assistimos horrorizados às imagens chocantes do acidente aéreo com o avião da TAM, classificado como o pior acidente aéreo no Brasil, que vitimou mais de duzentas pessoas. E mais horrorizados ainda, estamos assistindo à luta pelo lugar de “isento de culpa” que os poderosos da área tentam disputar.
O primeiro diz que a pista de Congonhas havia sido reformada, mas que não foram feitas as “ranhuras” (não sei se é este o nome correto), porque elas só são necessárias em pistas com possibilidades de grandes alagamentos. Mas é claro que em São Paulo isto não é possível. São Paulo alagada? Nunca! Quase não chove nesta Cidade!
O segundo, sem saber que está sendo filmado, faz um gesto obsceno, quando alguém insinua que a culpa é de seus pares e logo depois, para não ficar feio, pede desculpas, dizendo ter sido um gesto de “revolta”, pela suposta e infundada acusação.
O terceiro diz que a aeronave estava com defeito, mas isto não era importante, porque o defeito está previsto no manual e por este motivo, ninguém tomou providência.
O quarto conta que, dias antes, houve outros acidentes de pequenas proporções, porque a pista estava escorregadia e, mais uma vez, ninguém tomou providência.
Neste jogo de empurra, até o presidente Lula, talvez com medo de mais uma vaia, chegou atrasado com as condolências às famílias.
A partir deste caos, prefiro a teoria do já falecido comediante Costinha, que não andava de avião, e quando alguém tentava lhe convencer que este é o meio de transporte mais seguro do mundo, e que as pessoas só morrem no dia e na hora que estão destinadas, ele respondia sorridente: - E se este dia for o dia do piloto? – Aí, meu amigo, é TAM... TAM... TAM... TAM...!
Com certeza chegar-se-á a conclusão de que com base nesta teoria, a culpa não foi nem mesmo do piloto, mas sim de um anônimo que estava com o dia marcado pelo destino, e arrastou com ele os outros cento e noventa e nove.
É o Brasil!
VERA RIBEIRO GUEDES – JUIZ DE FORA - MG