SENHORES PASSAGEIROS, DESCANSEM EM PAZ.
Prezados amigos, é muito simples;
Um air-bus só tem autorização para pousar em países europeus
e também nos Estates, em pista com mínimo 2.090m com mais 300m de
lambuja, caso o piloto ou a aeronave tenham algum desarranjo súbito.
Isto é margem de segurança aérea.
A pista de Congonhas, possui cerca de 1.800m. Logo pela con-
tinha acima faltam cerca de 590m para um pouso ou decolagem com
uma boa margem de segurança.
Ora dirão a empresa e o governo, que o fabricante considera uma pista como a de Congonhas adequada para o Air-bus, está lá na
bula do avião. Está lá também que você pode voar durante 10 dias sem
um dos reversos funcionando que tudo bem, tá lá na bula do avião. Por
isso só no dia do acidente, esse mesmo avião fez 7 viagens, segundo
as notícias de hoje.
É até compreensível, que o fabricante do avião enuncie na bu-
la as vantagens de seu produto. Como o fabricante de qualquer acho-
colatado, desses que as crianças adoram, anunciem as vantagens de
sua vitaminas, ferro....etc, sem nunca mencionar que o excesso de
consumo, pode produzir uma bruta dor de barriga....etc..etc...etc...
Por isso no tempo do D.A.C ( Departamento de Aviação Civil)
os boings ou air-bus, não pousavam em Congonhas ou Santos Dumont
E um avião com o reverso quebrado, jamais sairia do solo.
Então como é possível tudo isso? Vamos lá. O antigo DAC era
um orgão totalmente dirigido pela Aeronáutica e também haviam ofici-
ais da Aeronáutica na Infra-aero. Tudo funcionava as mil maravilhas
porque a Aeronáutica era bastante rígida em suas obrigações. Por
exemplo, não adiantava o dono de empresa aérea ser o amigo do pei-
to do Rei, ou ser aquele sujeito bacana que saca um milhão só para
emprestar trenzentos mil para um certo cavalheiro da corte.
O DAC embirrava na inspeção, pronto o avião não subia mes-
mo. Então criaram a ANAC ( Agencia Nacional de Aviação Cívil ) no
lugar do antigo DAC. A ANAC e a INFRA-AERO pelo que me parece, se
tornaram o paraíso dos amigos do Rei, e daqueles empresários aéreos
que de vez em quando salvam alguem da Corte, na compra de um be -
zerrinho aqui um boizinho aculá. Agora se pousa onde quizer, se voa
com o reverso quebrado, se pinta e borda com os senhores passagei -
ros, que tem mais que relaxar e gozar.
Deu no que deu, 200 pessoas mortas, pela incompetência do
governo e sua leniência criminosa com as Cias Aéreas, que visam ape-
nas o lucro em detrimento da vida humana.
Enquanto você lê essa crônica, os bombeiros retiram ainda
corpos no local do acidente, os amigos dos Rei tentam jogar a culpa
no piloto, o Rei e seus prepostos tentam jogar a culpa nos amigos do
Rei, e os assessores do Rei fazem gestos simbólicos do que literalmen-
te toda essa malta tem feito com o povo brasileiro.
Depois neguinho ainda tem a cara-de-pau de se dizer magoa-
do com as vaias.
Barcel Ferreira.