Quem tem Razão?

Estamos assistindo talvez à maior exposição do judiciário brasileiro. Ultimamente este tem cedido às pressões da opinião pública, da imprensa e de outras mídias. Em certos casos, tenho a nítida impressão de que nossos juízes perderam a imparcialidade, a impessoalidade e a isenção que lhes deveriam ser peculiares. Esta excessiva exposição coloca em risco a credibilidade do nosso sistema judiciário.

Nós, cidadãos comuns, trabalhadores, pagadores de impostos e leigos, estamos no meio do fogo cruzado entre acusadores e acusados. Ambos usam de argumentos robustos, vigorosos para convencerem a platéia. Tenho visitado os dois lados do embate e, na minha avaliação, tem dado empate. Mas, a despeito de tudo, tendo a acreditar nas instituições democráticas de direito e nos poderes constituídos. O Judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público, quero crer, ainda são as instituições mais sérias e transparentes do nosso país.

Foram apresentadas provas cabais e irrefutáveis contra os agentes do maior esquema de corrupção de todos os tempos, pelo menos dos que vieram à tona. Quebra de sigilos bancário, telefônico e fiscal, delações, depoimentos e farto material comprobatório de toda a corrupção corroboram para a condenação dos envolvidos.

Mas esta corrupção não é de agora. Talvez a turma do PT tenha se exacerbado na política da propina. Há muito o político brasileiro, pela ausência do poder público e num ciclo vicioso, tem agido como um Hobin Hood pós moderno. Toma dos milionários, em forma de financiamento de campanha, e passa para os miseráveis, em forma de cestas básicas, materiais de construção, equipamentos hospitalares, próteses e outros, como pagamento dos votos. Numa ponta, o assistencialismo e na outra, o corporativismo. No meio a classe média é que paga o pato, pois os empresários recebem de volta, com lucro, juros e correção monetária, cada centavo gasto nas campanhas, através de super faturamento de obras e outras práticas ilícitas. Assim se configura a política assistencialista e corporativista da nação brasileira cujos agentes políticos representam os grandes grupos econômicos em detrimento da grande massa.

Precisamos estancar esta sangria desatada dos cofres públicos, porque somos os maiores pagadores de impostos do mundo e temos os piores serviços públicos do mesmo. Está faltando seriedade, responsabilidade, transparência e probidade no poder público, o que não falta é dinheiro, pois este é desviado para o ralo da corrupção.

Vem aí o BDNESÃO, será que é mais uma invenção do Ministério Público e da Polícia Federal? Afinal, quem tem razão?

marciusantos
Enviado por marciusantos em 23/09/2016
Reeditado em 23/09/2016
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