O PODER NA VIDA HUMANA
O PODER NA VIDA HUMANA
Poder palavra forte, significativa, insinuante que modifica a personalidade das pessoas, interferindo diretamente em seu ego e transformando sua personalidade e atitudes. Normalmente, acontece com mais rigor na política e em cargos de direção, seja qual for o direcionamento e a posição a ser assumida. Sempre será prevalência de alguém - sobre alguém, bem como, a capacidade de obrigar a fazer ou não fazer algo, com uma força regida por quem partiu a obrigatoriedade e o resultado será a resolução ou decisão por ela tomada. O poder deixa alguém diferente? Diríamos que indiferente, não, pois sempre se assume alguma posição e muitas personalidades vivem as espreitas para abocanhá-los e poucos para combatê-los. Mas, pode-se conviver pacificamente com ele, na inconsciência ou na passividade. Uma mescla de atitudes diferentes, ao sabor da situação, é o preponderante, visto que vivemos dentro de um Estado constituído para criar leis e cobrar imposto, porém, esses impostos não podem exacerbar os ganhos da população, pois a estrutura organizada do poder poderá virar um caos. Como dizem os estudiosos em economia, dantes se concretizava no faraó, no papa, no rei esse poder. Atualmente, ele se fortalece em formas variadas, sutis ou gigantescas, internas ou externas, e aqui inserimos o pentágono, os meios de comunicação, o mercado, o capital, a burocracia, o Vaticano, o Planalto e o FMI (Fundo Monetário Internacional). Com características próprias, delineadas e bem traçadas por eles, tornam-se onipotentes e onipresentes, são verdadeiro Deus. O livro base do taoísmo, o Tao-te-ching, sempre sentenciou: “O melhor dos governos é aquele do qual apenas se sabe que existe!”. Nos dias atuais podemos concluir que o poder não é dominação - nem controle. Porém, mais manipula do que reprime. Essa assertiva é muito usada nas discussões econômicas do poder estatal.
Apesar, segundo estudiosos de não poder ser definido como máquina monstruosa, que esmigalha os contribuintes, se transforma numa poderosa arma de grosso calibre, mas na realidade deveria ser um instrumento de bons hábitos e instituição social, e não é. O que está escrito é muito bonito, mas na prática ao invés de estimular a democracia, coloca a população em situação difícil e a tendência é a repressão através da sonegação. Um bom poder se é que existe - todos viveriam projetados em normas, leis, estatutos, mandamentos, cumprindo fielmente sem medo de reprovação, castigos, censuras, repressão, penalidades, multas. É necessário frisar que todos esses apetrechos existem, mas não são cumpridos e existe certo desmando com o poder pelas altas autoridades e teremos como conseqüências as insatisfações, greves e faltas provenientes da depressão e do estresse. O poder pode ser aliado do bonsenso, só assim a sintonia poder e povo será sinonímia de paz e contentamento. “Poder (do latim potere) é, literalmente, o direito de deliberar, agir e mandar e também, dependendo do contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, ou o império de dada circunstância ou a posse do domínio, da influência ou da força”. A sociologia define poder, geralmente, como a habilidade de impor a sua vontade sobre os outros, mesmo se estes resistirem de alguma maneira. Existem, dentro do contexto sociológico, diversos tipos de poder: o poder social, o poder econômico, o poder militar, o poder político, entre outros, foram importantes para o desenvolvimento da atual concepção de poder os trabalhos de Nicolau Maquiavel, Michel Foucault, Karl Marx, Max Weber e Friedrich Nietzsche, dentre as principais teorias sociológicas relacionadas ao poder. Teoria dos jogos que se destaca o feminismo, o machismo, o marxismo. A política define o poder como a capacidade de impor algo sem alternativa para a desobediência. “O poder político, quando reconhecido como legítimo e sancionado como executor da ordem estabelecida, coincide com a autoridade, mas há poder político distinto desta e que até se lhe opõe como acontece na revolução ou nas ditaduras”. James Hillman, o mais renomado psicanalista e analista junguiano da atualidade - volta-se agora para o mundo dos negócios, mito fundamental da nossa civilização, e estuda a fundo a psicologia do poder. A Economia é a única fé ecumênica dos nossos tempos. Ela governa por meios psicológicos, seu poder se interiorizou. Ela determina quem está incluído e quem está marginalizado - é na economia, portanto, que reside o inconsciente contemporâneo e onde a análise psicológica se faz mais necessária.
Como os negócios exercem imenso domínio sobre cada um de nós, precisamos conhecer seu funcionamento e a natureza de seu poder. Em Tipos de Poder, James Hillman analisa de maneira magistral - e revolucionária - nossas idéias sedimentadas sobre o poder, idéias fáceis, indiferenciadas, não questionadas, não questionadas. “É preciso agitar as idéias para que elas se clarifiquem. Quando você terminar de ler este livro, suas idéias sobre o poder estarão transformadas, diferenciadas e ampliadas.” O que define o poder de um executivo: sua capacidade de liderança, seu carisma, o controle que exerce sua influência, sua reputação? É o cargo que dá poder? Ou ele detém o poder por meio da autoridade, persuasão, intimidação, tirania? Haverá hoje, nesta nossa época de poucos líderes e de autoridade em declínio, alguma qualidade mais necessária do que o poder? O poder pode ser exercido através de uma autocracia ou de uma democracia. Numa autocracia, o povo apenas tem de obedecer, não tendo nenhum direito de manifestar as suas opiniões perante um ou vários autocratas que têm direito de impor e de fazer tudo o que lhes apetecer. Numa democracia é o povo que escolhe os governantes, entre os políticos que se candidatarem para tal efeito, em eleições livres. No primeiro caso, o povo existe para servir os caprichos dos governantes; no segundo, os governantes existem para servir os caprichos do povo. Assim acontece, teoricamente. Na realidade, não existe nenhum regime autocrático que não seja sustentado pelo povo, porque se este último se juntar, pode derrubá-lo. Toda a política governativa dos autocratas consiste em saber dar a volta ao povo, para este não os derrubar. Por isso é que os ditadores são os maiores gênios da demagogia e se endeusam, para se tornarem intocáveis. A maioria de nós vê o poder como uma força monolítica, esmagadora e inatingível. Mas, como nos mostra James Hillman, o poder sempre se compôs de muitos estilos, aptidões e nuances. Tipos de poder: Monarquia absoluta; Oligarquia; Aristrocacia; Tirania; Teocracia e República Ditatorial. É bom frisar que na Monarquia absoluta - Neste regime político, o poder é exercido por um rei ou por um imperador, segundo os seus gostos e apetites pessoais. É uma monocracia. A grandeza do seu reino ou do seu império é tanto maior, quanto maior for à fome, a miséria e a ignorância do povo, desde que os recursos sejam usados na construção de palácios dourados, de solares, de templos, de igrejas ou de mosteiros, ou na realização de cerimoniais com pompa suficiente para o povo se convencer que os seus governantes são demasiadamente divinos para poderem ser contestados. Para ajudar o rei ou o imperador na sua tarefa de endeusamento, existe o poder militar, exercido pela nobreza ou por exércitos pagos para tal efeito. Como se vê quem está investido do poder deve ter um comportamento exemplar, uma cultura bem definida para que a importância e a força desse poder não influenciem nas decisões de governos autoritários. Visto que podem trazer insatisfação para a população que já está esgotada de tantas excrescências humanas que se prevalecem dessa pequena palavra de um poderio infinito, e para se obter o sucesso devido com a união povo e governo é preciso que haja a união, pois somente ela nos trará força de que precisamos e necessitamos.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E ACADÊMICO DA ALOMERCE